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O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que está prevista para o próximo dia 25 de agosto reunião com os agentes envolvidos, o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica, para uma avaliação detalhada das causas e das consequências do blecaute do último dia 15. Os dados serão consolidados em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que deve ser concluído em 30 dias.

O apagão atingiu praticamente todos os estados, à exceção de Roraima, que não está interligado, e o Distrito Federal, com interrupção no fornecimento de quase 19 mil MW. O restabelecimento da energia foi concluído em seis horas, às 14h49 de terça-feira.

Na análise preliminar apresentada pelo operador ao Ministério de Minas e Energia, foi identificado que o primeiro dos eventos em cascata que desconectaram o Nordeste do Centro-Sul do país foi a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II, no Ceará. As equipes técnicas da instituição estão aprofundando a investigação das causas que levaram um desligamento isolado e que não causaria grande impacto a se propagar pelo Sistema Interligado Nacional.

A Eletrobras confirmou que o desligamento da linha da Chesf ocorreu por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência. Mas destacou que a manutenção da instalação de sua subsidiária está em conformidade com as normas técnicas.

Em nota, a antiga estatal informou que “continua colaborando para a identificação das causas da perturbação, de natureza sistêmica, e dos motivos que levaram aos desligamentos.” Reforçou que a queda da LT, de forma isolada, não seria suficiente para se estender por todo o sistema elétrico.

Uma série de eventos que se seguiram ao chamado “evento zero” indicam, para o ONS, que após a abertura da LT Quixadá-Fortaleza II, houve “afundamento brusco de tensão”, o que acionou proteções de caráter sistêmico que atuam automaticamente para reduzir o alcance dos danos. O operador destaca a proteção de perda de sincronismo (PPS) e o Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), que é feito por meio de desligamentos na distribuição.

Segundo o ONS, “a atuação do ERAC foi uma das razões que permitiu o rápido restabelecimento de 100% da carga no Sul e no Sudeste/Centro-Oeste em aproximadamente uma hora.”

Nota divulgada pelo ministério, após reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, repete as explicações iniciais do operador do sistema, que também já tinham sido dadas pelo ministro Alexandre Silveira e pelo diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi. O encontro do CMSE foi realizado nesta quarta-feira, 16 de agosto, em Brasília.