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A sobreoferta de energia no país está na ordem de 20 GW médios. Com o avanço do setor via mercado livre em novos projetos e distribuidoras sobrecontratadas ao passo que a micro e minigeração de energia avança a tendência é de que o cenário não melhore no curto prazo. Uma ideia para reduzir essa energia excedente poderia ser a formatação de leilões de energia existente no horizonte A-3 e A-4 – além dos que já são realizados anualmente A-1 e A-2 – ao passo que os leilões de energia nova deixaram de registrar demanda.

A proposta foi levantada pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica, Guilherme Velho, que participou do 8º Encontro dos Agentes do Setor Elétrico no Centro-Oeste, na quinta-feira, 17 de agosto, realizado pelo Grupo BC Energia. O executivo lembra que a expansão da geração de energia vem sendo feita por renováveis mas por substituição de fonte, não por expansão do mercado.

“Ao passo que o ACL vem crescendo com a migração, isso começou a viabilizar os projetos novos, mas não é para atendimento a carga nova e sim carga existente, deixando a capacidade de geração sem carga para atender”, comentou ele. “Com a redução dos limites de carga para o ACL, a migração será mais expressiva e a consequência desse quadro é que teremos mais oferta nova atendendo carga existente o que gera, obviamente, mais sobreoferta”, relatou.

Então a adoção de leilões de energia existente no horizonte de contratação mais amplo poderia servir para que as concessionárias pudessem buscar energia de usinas existentes ao invés de financiar novas usinas, ação que o mercado livre já faz atualmente. Assim, ao viabilizar a contratação via LEE o custo poderia ser mais baixo ao consumidor do mercado regulado.

Velho disse à Agência CanalEnergia que não há uma fonte em especial que concentra essa sobreoferta estrutural no Brasil que é de garantia física de usinas. “É no acumulado das diversas fontes que temos à disposição que chegamos a esse número. Quando as distribuidoras veem o final de contratos mais caros terminar poderiam recorrer com antecedência a leilões de usinas que já estão no país e contratariam essa energia antes da energia nova”, sugeriu ele, que participou do primeiro painel do evento realizado em Goiânia.

No centro do debate está o preço da energia que tende a seguir no piso regulatório nos próximos meses, até o ano de 2025, pelo menos por conta da falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda. Segundo ele, com o atual momento, onde a tarifa segue tendência de alta ante energia barata no ACL, os encargos continuarão cada vez mais pesando na conta e incentivando ou a migração ao mercado livre para quem for elegível ou a adoção da geração distribuída.

Uma outra proposta que a Apine aponta é a de que o Brasil poderá exportar até 2 mil MW de energia para os países com quem tem interligação e isso sem comprometer a segurança do fornecimento. Defendeu ainda a remuneração dos atributos das usinas ante a expansão das renováveis que não prestam serviços como manter a inércia do sistema.

*O repórter viajou a convite da BC Energia