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O Grupo BC Energia, que reúne comercialização, gestão e geração na modalidade de MMGD, está otimista com as perspectivas do mercado brasileiro. O foco, claro, é a possibilidade de migração de toda a alta tensão ao ACL a partir de janeiro de 2024. Um sinal desse momento é que a varejista da empresa, habilitada há dois anos passou a atuar nos últimos 12 meses e teve a primeira operação realizada apenas neste ano.

Mas o passo será acelerado em ritmo de crescimento de algumas vezes a partir do ano que vem devido à Portaria 50 do Ministério de Minas e Energia de 2022, que permitiu a elegibilidade de cerca de 110 mil novos consumidores ao mercado livre. Tanto que a empresa já vem registrando o aumento do número de clientes. A BC Energia, fundada em 2014, passou de cerca de 500 clientes para 3 mil, 200 somente na varejista em menos de um ano. E isso, destaca o diretor presidente da empresa, Alessandro Brito Cunha, à Agência CanalEnergia, demanda uma mudança de processos, uso de tecnologia, ferramentas e equipes mais robustas.

“Estamos nos preparando, em Goiás, que é nosso estado sede, são 8 mil consumidores que ainda não estão no mercado livre, já no ACL são 800 grandes consumidores. Na baixa tensão são 3 milhões de potenciais consumidores que poderão migrar quando chegarmos à abertura dessa faixa”, comenta ele. “Esses números mostram que esse processo representa um grande passo para empresas como a nossa, temos que redesenhar processos e toda a dinâmica diante desse novo momento”, avalia ele, que é o atual presidente do Conselho de Administração da Abraceel.

Contudo, Cunha, lembra que esse processo não é algo trivial de ser tocado, uma vez que os perfis de consumidores são bastante variados e em muitos casos não há conhecimento sobre o que é o ambiente livre de contratação. Por isso, diz ele, reforçando o que o mercado em geral já identificou, é necessário que haja um esforço de comunicação junto a esse público, mas também o uso da tecnologia, pois é necessário escala.

No caso da BC Energia, o método de prospecção passa pela busca ativa da equipe comercial da empresa. Mas por conta da diversificação e pulverização desses novos potenciais clientes, está ainda a parceria com associações e sindicatos com uma base de dados ampla.

Alessandro Brito Cunha, da BC Energia: Empresa vem se preparando para atender com escala os clientes do novo mercado livre

Nesse processo de captação de clientes, relata o executivo, a busca não está apenas focada na concessão de desconto. Ele diz que para conquistar o cliente no longo prazo, mediante o aumento da concorrência que o mercado verá no futuro, há a oferta de serviços agregados que transmitam a imagem de confiabilidade e segurança para os clientes que estão chegando agora nesse ambiente que está ativo no Brasil a pouco mais de duas décadas.

Uma das formas que pode ajudar esse novo mercado livre está na simplificação do processo de migração. A Nota Técnica apresentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica foi revelada no 8º Encontro dos Agentes do Setor Elétrico no Centro-Oeste, evento promovido pela BC Energia, após a entrevista realizada com o executivo na sede da empresa, em Goiânia.

Mas em geral, o diretor presidente da companhia avalia que o ideal seria termos as regras com 60 dias de antecedência, o que não deverá ocorrer. Mas de qualquer forma, contou Cunha, muitos clientes não entram no mercado assim que ele abrir agora em janeiro. A própria empresa tem clientes que estão preparados para entrar no ACL ao longo do ano. “Entrarão gradativamente ao longo do ano esses e outros clientes. Ao passo que o tempo avança conseguiremos aumentar a curva de conversão desse mercado”, estima.

Geração

Esse é outro segmento da BC Energia, que surgiu após a comercialização e gestão. Hoje a empresa possui 37 ativos que somam 30 MW de potência instalada, a maior parte é da fonte solar e mais 2 CGHs que foram adquiridas em 2018 de um cliente e convertidas para GD, conforme as regras que essa modalidade permitia.

Nos planos da empresa está um pipeline de 100 MW de potência instalada a ser alcançada até o final de 2024 e, no início de 2025, mais um potencial adicional, que deverá elevar a capacidade do grupo a 150 MW. Mas diante desse desafio, o executivo aponta que a empresa, que fatura cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano está em busca de parcerias para o investimento.

“Esses projetos estão enquadrados na regra GD I da lei 14.300, estamos em quatro estados e nosso objetivo é expandir para outros quatro em geração própria”, explica ele. “Nosso modelo é de assinatura de energia para nosso cliente que não precisa investir. Alcançamos em 2023 a meta de atender clientes de grande porte no atacado, de médio para atendermos por meio da varejista e também a baixa tensão por meio da GD”, destaca.

A expansão para os próximos anos, comenta o executivo, está com base nas parcerias para ampliar o portfólio e na associação a geradores onde cada um aplica seu expertise. “Esse passo da abertura da alta tensão é quase um vestibular para quando a baixa tensão poder acessar o mercado livre”, define.

*O repórter viajou a convite da BC Energia