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O mercado livre de energia, que já responde por 39% do consumo de eletricidade no Brasil, podendo chegar a 46% com a abertura para toda alta tensão a partir de 2024, vem se consolidando também como ambiente de contratação predominante para a expansão da oferta da geração nos próximos anos. É o que aponta o novo estudo da Abraceel a partir de dados compilados junto à Aneel, mostrando que de 129,5 GW de produção centralizada já outorgada, com previsão de operação entre 2023 e 2029, 92% estão sendo destinados ao ACL.

Essa parcela de novos aportes representa mais de R$ 384 bilhões de investimentos entre 2023 e 2029, de um total de R$ 424 bilhões previstos para todo o segmento de geração de energia no período. Essa liderança na expansão da matriz vem sendo ampliada anualmente. Em 2019, o mercado livre respondia por 34% de toda ampliação do parque gerador prevista para ser entregue em cinco anos. Novos recortes realizados em 2021 e 2022 identificaram que essa parcela cresceu para 72% e 83%, respectivamente, chegando agora em 92%.

A pesquisa da Abraceel constatou que, mesmo considerando apenas as usinas com obras em andamento e licença de instalação vigente, o que soma 18,5 GW, o ACL segue como ambiente majoritário para os novos investimentos, concentrando 77% da geração centralizada em expansão até 2029. Além disso, dados do BNDES demonstram o protagonismo das comercializadoras nesse movimento. Do montante de projetos eólicos e solares financiados pelo banco entre 2018 e 2022, 52% foram suportados por traders, consolidando a importância desses agentes criados há 25 anos em uma nova lógica que vive o setor elétrico brasileiro, independente dos leilões regulados.

ACL responde por R$ 384 bilhões dos R$ 424 bilhões previstos para expansão de usinas até 2028 (Abraceel)

Para o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira, o mercado livre de energia, além de proporcionar a expansão da geração de energia elétrica em base ambientalmente renovável e economicamente mais racional, será um ambiente cada vez mais importante para o Brasil ser bem-sucedido no cumprimento das metas e compromissos de transição energética. Isso porque, além da descarbonização, há desafios ainda maiores na descentralização e digitalização, temas abordados na última Reportagem Especial sobre o assunto.

“Estamos muito atrasados nos desafios de descentralizar a contratação de energia e de digitalizar a medição do consumo, elementos fundamentais para que a transição energética alcance o consumidor de energia”, explica. Para o executivo, os desafios brasileiros são diferentes dos de outros países, que buscam ainda seus caminhos para a descarbonização, dada a ausência de recursos naturais abundantes como temos por aqui.

Expansão renovável

As fontes solar e eólica seguem como as preferidas dentre as iniciativas para expandir a capacidade de geração. Do total de 129,5 GW de geração centralizada com previsão de entrar em operação até 2029, 93% são provenientes de UFVs e EOLs, crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Mais de 97% da GC fotovoltaica prevista no período será destinada ao mercado livre, enquanto para os aerogeradores  essa taxa fica em 91%. O ACL também tem sido destino de 52% da oferta de energia elétrica a partir da biomassa e 45% de pequenas centrais hidrelétricas e centrais geradoras hidrelétricas.