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A Globo contabiliza uma economia de R$ 80 milhões após a migração de seus estúdios ao ambiente de contratação livre em 2017. A empresa está no ACL há 16 anos quando aderiu ao mercado livre com três endereços, sendo dois no Rio de Janeiro e um em São Paulo. A meta é alcançar, ainda nesta década, a totalidade de suas operações a partir de fontes limpas.

Localizado na capital fluminense, a área de 1,17 milhão de metros quadrados no bairro Curicica é o local onde são gravadas a maioria das novelas e séries. O centro representa o maior consumo energético do grupo, semelhante ao de uma cidade de 90 mil habitantes, com quase 2 mil funcionários registrados, mas tendo cerca de 5 mil pessoas circulando diariamente.

O diretor do Centro de Serviços Compartilhados da Globo, Mauricio Gonzalez, disse à Agência CanalEnergia que 98% da energia consumida pelo conglomerado de comunicação é de origem renovável e até 2030 a meta é ter todas as operações supridas por fontes mais ambientalmente amigáveis.  A ideia é a de ter complementos via geração distribuída na fonte solar e no momento passa por discussões envolvendo aspectos financeiros e tributários para avaliação de entrada na modalidade de autoprodução de energia.

“Ainda temos alguns poucos endereços os quais não podemos aplicar o processo de migração para o mercado livre e assim buscamos oportunidades de ampliar nossas soluções como geração distribuída, incluindo possíveis consórcio em plantas solares”, explica o executivo.

Rede de televisão avança com projetos de carpots solares em unidades de São Paulo e Rio (Globo)

Os estúdios contam com mais de 3.500 painéis fotovoltaicos em telhados de diferentes prédios, com o montante em todos cinco endereços da rede totalizando mais de 10 mil unidades entre rooftops e usinas em solo, somando 3,3 MW de potência. A última instalação aconteceu em Minas Gerais, tendo outras no Pernambuco e RJ/SP, onde a empresa avança também com projetos de carpots solares. Para evoluir esse potencial, uma das ações é a contratação de UFVs na modalidade de autoconsumo remoto para atendimento às unidades alimentadas em baixa tensão.

Em outras ações, foram investidos R$ 10 milhões para implementação de uma cadeia de nobreaks visando evitar oscilações nas operações e substituir os geradores a diesel, assim como a cogeração a gás foi abandonada há cinco anos. A empresa também afirma ter se tornado carbono neutro em 2019 e compra atualmente créditos apenas de projetos brasileiros. Já a primeira dívida verde aconteceu em janeiro de 2022, comprometendo-se com a redução das emissões em 30%. “No escopo 3 escolhemos os principais ofensores e fazemos um inventário, como no caso dos transportes e viagens”, aponta o executivo.

Iluminação

No segmento de iluminação foram concluídas recentemente a troca de lâmpadas comuns pela tecnologia LED nas regionais de Recife (PE) e de Brasília (DF), num total de 4.779 unidades e previsão de uma redução de consumo em 9.925 kWh por mês. Assim a companhia conseguiu atingir 73% da meta de implantação em todas as unidades, com mais de 61 mil modernizações e redução estimada de consumo por mês de 545.275 kWh. Boa parte desse retrofit aconteceu por meio de um acordo com a GreenYellow. “Temos o desafio do LED como tecnologia artística, o que a indústria vem evoluindo”, avalia o diretor.

Jardineiras elétricas substituíram ônibus a diesel no transporte de pessoas e materiais nos Estúdios (Globo)

Em eficiência energética, novos endereços foram incluídos na modalidade de compra de energia com emissão dos Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-REC). “Migramos ainda todo o conteúdo e de operações de tecnologia para a plataforma em nuvem, gerando eficiência, redução dos deslocamentos e da utilização de geradores”, complementa Gonzalez, afirmando que a plataforma também monitora a pegada de carbono de toda essa infraestrutura.

Já na parte de mobilidade, a Globo possui uma política de uso obrigatório do etanol para seus veículos, mas também aplica a eletromobilidade em estações de recarga e converteu suas jardineiras para carros elétricos no transporte de pessoas e materiais nos estúdios, em substituição aos ônibus movidos a diesel.