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A Comerc Eficiência está incluindo em seu portfólio a oferta de caldeiras elétricas, capazes de proporcionar maior economia e aumentar a eficiência da produtividade para clientes industriais e outros que utilizam o vapor em seus processos. A solução, baseada numa tecnologia muito utilizada nos anos 90 mas desestimulada após o racionamento em 2001 e outras questões, foi lançada nessa semana após a companhia desenvolver uma cadeia de fornecimento no país, pré-selecionando players internacionais e um nacional de grande porte.

“Atualmente o Brasil produz vapor a partir de gás, óleo e biomassa, cujo potencial é interessante no país, mas não em todas as regiões e sem previsibilidade de preços”, justifica o CEO da empresa, Marcel Haratz, em entrevista à Agência CanalEnergia. Ele ressalta que uma unidade movida a biomassa possui todo um manejo e infraestrutura por trás que gera CO2, assim como seu transporte, o que não acontece com as eletrificadas. “Um hotel na Faria Lima não pode ter uma caldeira a biomassa”, argumenta. Caso semelhante acontece com o gás natural, que pode aumentar de preço ou cair imprevisivelmente nos próximos dez anos, além do maior risco de multas do modelo take or pay.

“Com preço barato da energia no mercado ficou ainda mais viável a eletrificação desses equipamentos, no sentido de os players utilizarem a economia com a energia para otimizarem suas produções”, comenta o executivo. Outro trunfo destacado é o aumento na segurança das operações, visto a impossibilidade da caldeira eletrificada sofrer incêndios, ou ainda a possibilidade do empreendedor ter diversas unidades em uma fábrica grande ao invés de ter uma enorme central de vapor, o que reduz as perdas.

Caldeira elétrica atinge 99% de eficiência em cargas, enquanto tradicionais alcançam cerca de 90% (AEP)

Além da indústria, hotéis, hospitais e outros locais que precisam de água quente podem se beneficiar da alternativa que descarboniza o vapor e que também permitirá a comercialização atrelada de créditos de carbono. A empresa entrará com toda solução financeira e de engenharia, desenvolvendo o desenho e custo dos projetos, assim como instalação da infraestrutura necessária. O cliente pagará um aluguel e comprará a energia da Comerc ou outra comercializadora ou ainda algum excedente, com a companhia fazendo a conta do aluguel, custo da energia e O&M mais em conta do que seguir pagando gás e sua tradicional manutenção.

O investimento na solução varia conforme potência, como a da Alunorte fornecida pela Hydro custando R$ 42 milhões para 95 toneladas por hora de vapor, sendo o único maquinário desse tipo que se tem notícia no país. Haratz salienta que a tecnologia está passando por uma movimentação intensa no mercado internacional, em que mesmo algo que não puder ser eletrificável terá um combustível renovável associado. Nos Estados Unidos há um programa específico de incentivos para a produção de vapor com energia elétrica. Na Europa o carbono de produtos exportados começará a ser taxado, diminuindo a rentabilidade de quem não puder comprovar a sustentabilidade em suas operações

“Estamos confiantes com esse produto para o ano que vem e entendo que a caldeira elétrica pode fazer parte de um processo maior da descarbonização da indústria brasileira”, pontuou Haratz, informando que após a assinatura do contrato, a companhia poderá desenvolver todo projeto em aproximadamente um ano.