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O Instituto Senai de Tecnologia em Eletrometalmecânica do Ceará e a 3e Soluções desenvolveram um biodigestor capaz de produzir 750 kW de energia por mês e que pode ser transportado entre propriedades rurais. O equipamento é modular em 12 compartimentos, sendo possível adaptar a capacidade de processamento dos dejetos conforme o volume a ser despejado. Outro diferencial da solução voltada para pequenas e médias propriedades é que ela pode passar por manutenção sem ser necessário desativar o aparelho.
Um protótipo foi instalado em uma granja localizada em Maranguape (CE), funcionando como um laboratório de testes para posteriores ganhos de escala. “Queremos finalizar os testes ainda este ano para ofertarmos o biodigestor para pelo menos cinco distribuidoras de energia em 2024. Depois é escalar a produção e chegar a milhares de unidades”, resume o sócio-fundador da 3e Soluções, Cauê Gonçalves.
Implantado dentro de um contêiner, o biodigestor é composto pelo módulo gerador de energia, que abriga as outras unidades, além da bolsa de armazenamento do biogás, um centro de tratamento e o sistema de geração de energia elétrica.
O processo biológico ocorre de forma natural. Na ausência de oxigênio, microorganismos degradam a matéria orgânica e o gás metano é liberado, prejudicial para o meio ambiente por ser um dos gases causadores do efeito estufa. Já os biodigestores dão a essa matéria orgânica um destino ecológico, a partir da transformação do material em biogás ou biofertilizante. “É preciso pensar e repensar modelos de transição energética para aproveitar os resíduos orgânicos”, complementa Gonçalves.
Engenheira ambiental e consultora de tecnologia Isabelly Freitas coordenou projeto pelo Senai (Senai)
Da ideia à execução do projeto
Foi em 2020 que o executivo começou a pensar em uma forma de prevenir a perda de produção em propriedades rurais que sofriam com falta de eletricidade, sobretudo produtores de leite. A ideia e a pesquisa foram levadas então para o Instituto Senai, com o desenvolvimento acontecendo ao longo de 12 meses.
Ao abastecer o equipamento com esterco de aves de postura (que botam ovos), por exemplo, a tecnologia é capaz de acumular 180 kg de dejetos diários, resultando nos 750 kW mensais. A inciativa foi enquadrada na categoria Aliança Industrial, da Plataforma Inovação para a Indústria, tendo vantagens competitivas como baixo custo, facilidade de operacionalização e redução de gases de efeito estufa.
Os Institutos Senai de Inovação criam produtos, processos e soluções industriais por meio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Ao todo são 28 Institutos e mais de 1.100 colaboradores com experiência para pesquisa aplicada, sendo 49% deles mestres e doutores. Até hoje mais de 2.400 projetos foram executados em parceria com mais de 1.000 empresas industriais, com valor acumulado de investimentos de R$ 2 bilhões.
Já os Institutos de Tecnologia oferecem serviços de metrologia e consultorias para redução de desperdícios e aumento de produtividade industrial. A rede, composta por 59 unidades e cerca de 1.300 consultores, já atendeu mais de 19 mil companhias apenas em 2022. Nesse mesmo ano, os 130 laboratórios existentes realizaram mais de 1,4 milhão de atividades, sendo mais de 1.960 ensaios metrológicos.