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Dependendo de uma definição das leis que irão nortear sua exploração no país, as pautas envolvendo o avanço da eólica offshore e hidrogênio renovável ganharam um novo alento com a sinalização do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A previsão é de que os projetos de cunho ambiental serão votados ainda nesse semestre pela casa. “Os PLs virão nos próximos dias e há intenções de aprovações antes da próxima COP, envolvendo offshore, hidrogênio, mercado de carbono, economia circular e combustível do futuro, num pacotão do congresso nacional”, disse a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum, durante um dos painéis da tarde desta terça-feira, 12 de setembro, do Brazil Windpower.

Para ela, o mercado de H2 já está acontecendo no país, citando a primeira fábrica de grande porte a ser inaugurada nesse ano na Bahia, além da efetivação de um projeto piloto em Pecém (CE) em 2022. A indústria é tão dinâmica que os investimentos vêm acontecendo mesmo sem a regulamentação, com diversos contratos sendo assinados, projetos de lei pensados e estudos empreendidos para avaliar os possíveis incentivos e medidas para uma lógica de política pública ampliada.

“Incentivo não significa necessariamente dar dinheiro, mas criar aparato regulatório e condições de financiamento”, pondera Gannoum, citando as 17 medidas firmadas recentemente pelo Pacto do Hidrogênio e afirmando que o movimento de mercado está acontecendo num ritmo mais acelerado do que todos os agentes esperavam. Agora o foco recai em ser o principal fornecedor da energia para o vetor, numa grande oportunidade de criar demandas e rotas de mercado.

Durante o painel, Elbia defendeu benefícios tributários para qualquer novo projeto de fonte renovável que seja utilizado para o H2, podendo ser concebido também como elemento de descarbonização nas cidades. A executiva mostrou-se otimista com as oportunidades e com a posição que o novo governo teve na agenda climática durante a COP 27, ainda que admita seus receios com o timing brasileiro para esse mercado em relação a outros países no mundo que tem conseguido angariar investimentos importantes.

“Minha cautela está associada ao tempo, pois a janela de oportunidades é estreita, de menos de dois anos”, comenta Elbia Gannoum.

Outro dado compartilhado é de que estudos de consultorias como a BloombergNEF têm mostrado que a competitividade da molécula está em torno de US$ 1 para o preço do hidrogênio, com projetos de energias renováveis na faixa de US$ 30, enquanto os de eólica offshore na Europa estão chegando a um patamar de US$ 50 considerando apenas a produção do vetor no custo de nivelamento das fontes.

“No Brasil eu não pergunto o quanto vamos pagar, mas o quanto vamos ganhar com essa transição, em bens e serviços verde, numa oportunidade em que não se precisa tirar recursos do bolso, mas utilizar o aparato regulatório, desenho de política ampla que o país nunca fez e mecanismos de incentivos, num sinal para os investimentos privados”, resume a líder da ABEEólica.

Por sua vez, o coordenador da Força-Tarefa de Hidrogênio Verde pela Absolar, Eduardo Tobias, destacou o diferencial da política norte-americana em oferecer créditos fiscais aos produtores, fabricantes e também consumidores, visto que o H2 verde ainda é mais caro do que o cinza, oriundo do gás natural.

“Essa é uma possibilidade, assim como leilões por diferenças e que outros países estão fazendo para eólica offshore, com o governo pagando o menor preço do produtor e vendendo para o competidor mais agressivo, num contrato de 10 anos para os financiamentos”, ressalta. Outra ideia seria a Petrobras pegar 10% de seu uso e se comprometer em comprar H2 verde ao invés de cinza, o que para ele seria algo muito relevante ao mercado.