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O recente anúncio que a chinesa Goldwind fez ao acertar com o governo da Bahia para ter uma fábrica naquele estado representa um marco para a companhia. Essa será a primeira unidade industrial fora do seu país sede. Ainda não há detalhes de sua localização e a estrutura que ocupará, essas informações serão divulgadas em algumas semanas, mas a planta será dedicada à produção de aerogeradores de potência de 7,2 MW e que podem alcançar a 9 MW.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, Roberto Veiga, Vice-Presidente Brazil da empresa contou que a subsidiária brasileira tem muita responsabilidade para que esse investimento dê certo para a Goldwind, que poderá ser, no futuro um hub de exportação de máquinas eólicas para a América como um todo.

“Nossa fábrica tem capacidade de nos leva a ter de 25% a 30% do mercado nacional. Incialmente onshore, essa fábrica atenderá a essa modalidade. E com o desenvolvimento do mercado a ideia é exportar a produção para a América do Norte”, revelou Veiga.

Com o desenvolvimento do mercado offshore no país nos próximos anos. Um conceito de geração que está mais para o longo prazo na avaliação do executivo, a empresa poderá ter outras plantas de produção dedicadas a tecnologia. “Foi assim que a Goldwind cresceu na China, com diversas fábricas pelo território de seu país sede”.

Hoje a Goldwind possui cerca de 1 mil aerogeradores offshore instalados na China que somam capacidade instalada de 4,5 GW e há ainda em andamento mais de 2,5 GW em implementação que deverão ficar prontos até meados de 2024, comentou ele. As máquinas estão em condições diferentes de profundidade, distância da costa, entre outras condições. Inclusive é lá que está a maior máquina da companhia, com 16 MW de potência instada.

Mas voltando à fábrica recém anunciada, Veiga disse que a companhia vem dando um passo por vez no país. Cerca de 5 anos atrás a empresa já avaliava a possibilidade de ter uma fábrica no país. Fato que se concretizou esse ano. A tecnologia que será empregada é de velocidade média que traz mais durabilidade para o equipamento quando comparado a equipamentos de alta velocidade.

E a decisão pelo investimento, cujo valor ainda não foi divulgado levou em conta aspectos tributários, perspectiva de crescimento do mercado, custo de produção no Brasil, tamanho da população e de crescimento de consumo de energia. “Isso tudo aliado a uma tendência da empresa de internacionalizar fez com que a decisão tomada sem ser afoito e tentando aprender com erros dos concorrentes”, destacou Veiga lembrando de casos recentes como da GE que deixou o Brasil e da Siemens Gamesa que interrompeu a produção momentaneamente por questões técnicas em seus equipamentos.

A empresa lembra que a opção pela tecnologia acima de 7 MW de potência instalada se dá pelo fato de que a produção começará a partir do ano que vem já, e as entregas devem se dar em até dois anos. Até lá, a tecnologia já terá mudado. A ideia é de oferecer inicialmente máquinas com uma parcela menor de nacionalização de componentes e avançar até chegar à capacidade de eleger suas máquinas a 100% do Finame do BNDES.

Se o cliente tiver PPA em dólar ele pode importar máquina, se for em reais a produção local atenderá essa demanda. “Essa planta trará a oportunidade do cliente escolher”, disse ele.

Atualmente a Goldwind já possui contratos de fornecimento de aerogeradores com as chinesas CGN e CTG no país, bem como contratos de retrofit e de manutenção em equipamentos que eram da marca IMPSA e atendiam à Eletrobras Chesf.

Veiga diz que o mercado poderia avançar muito mais rapidamente caso a GD não tivesse tantos benefícios como tem. Ele relata que clientes comentaram com a empresa que o avanço dessa outra tecnologia que tem presença mais pulverizada e soma mais de 23 GW em potência instalada acaba por dificultar o avanço de novos projetos de maior escala no país. E que a falta de isonomia é um grande problema que o país tem que enfrentar para ver o avanço de projetos de maior porte e que tragam benefícios proporcionados por uma cadeia industrial que está instalada no país.