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A AES Brasil espera que em 2027 possa dar continuidade a sua expansão, através da terceira fase do complexo eólica Cajuína (275 MW), localizado no Rio Grande do Norte. Em entrevista a jornalistas durante a edição 2023 do Brazil Windpower, em São Paulo (SP), na última terça-feira, 12 de setembro, o CEO da empresa Rogério Jorge, revelou que para que a planta esteja operacional nessa época, os contratos devem ser fechado ainda este ano. A companhia só inicia a construção de parques quando a energia da usina já está contratada. Segundo ele, os compradores já estão identificando que em 2027 os preços já terão uma tendência de subida, o que pressiona por agilidade na conclusão nas negociações. “É nesse horizonte que a gente vê os preços se recuperando”, explica.

As eólicas Tucano e Cajuína 1, totalmente dedicadas ao ambiente livre, são os empreendimentos de destaque mais recentes do grupo AES. No fim de agosto, a companhia anunciou a assinatura de um PPA renovável com a Microsoft por 15 anos, com início em julho de 2024. A energia será gerada a partir do complexo eólico Cajuína.

O executivo também vê um movimento de eletrificação e de investimentos em produção de fertilizantes, hidrogênio verde no pais, o que pode culminar em aumento de carga. Jorge disse ainda que a geradora irá naturalmente se desalavancar a partir do fim do ano, sem gastos novos e começando a abater a dívidas e aferir as receitas de contratos renováveis como os firmados com Alcoa, BR Foods, Ferbasa e Microsoft. “2024 vai ser o primeiro ano que vamos ver receitas de tudo o que temos construído a quase três anos”, comenta.

Os recentes sobressaltos na cadeia industrial eólica, em que fabricante entraram em hibernação ou decidam sair do país preocupam o executivo da AES Brasil. Para ele, a cadeia de suprimentos é sempre uma preocupação para o desenvolvedor, envolvendo os equipamentos críticos. A AES faz compra globais de equipamentos, o que garante flexibilidade e vantagem competitiva. O contrato com a Nordex atende Chile, Argentina e Colômbia.

O Brasil ocupa posição de prioridade dentro do grupo AES, por ter uma grande perspectiva de crescimento renovável. Segundo o executivo, a holding anunciou um crescimento de até 40 GW até 2027, sendo que os EUA, sede do grupo, deverá ficar com cerca de 85% do total. O Brasil aparece como favorito para desenvolver boa parte dos restante, uma vez que outros mercados como México, Colômbia e Chile estão em momento desfavorável.