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A atratividade para investir em novos projetos no contexto de preços de energia mais baixos tem sido um desafio para os próximos anos. Atualmente, a autoprodução vem aproveitando o momento em meio ao processo de descarbonização da economia, uma vez que muitas organizações assumiram compromissos de reduzir a pegada de carbono, seja por iniciativa própria ou obrigadas para atender seus mercados.

Os novos projetos eólicos que o BNDES tem em carteira e que estão em fase final de análise são aqueles fechados em períodos anteriores. A maior parte deles são estruturas de financiamento de PPAs de autoprodução seja por equiparação ou arrendamento. De acordo com o Fabio Scherma, chefe do Departamento de Energia Elétrica da Área de Transição Energética e Clima do banco, dado a conjuntura de preços baixos que deve perdurar até 2024, essa é a tendência.

Além disso, o executivo conta que há outros PPAs em dólar, mais voltados a contratos de longo prazo por conta do viés de exportação. São negócios fechados para 2023 e 2024 e que não são influenciados pelo valor da energia nesse momento.

Segundo Alan Luz, do Banco do Nordeste, tradicional instituição financeira que viabiliza financiamento ao segmento de energia, mas em menor escala do o banco federal, está sendo aguardado o FNE para 2024 que é projetado em R$ 38 bilhões.

Em 2023, o orçamento ficou em R$ 10 bilhões para atender a projetos de infraestrutura em geral, o que foi classificado como insuficiente, pois os projetos de energia precisariam de mais recursos diante da sua expansão. Comparado com o visto neste ano a perspectiva é positiva para o próximo ano. Mas ele lembra que há ainda a possibilidade do financiamento de projetos de H2 Verde também nesses valores para 2024, isso sem falar nos vultosos recursos quando chegar a eólica offshore.

“Se colocássemos todo o montante de R$ 38 bilhões projetado para 2024, ainda assim seria insuficiente para atender a demanda do setor de energia e essas tecnologias associadas”, comentou ele. Por conta do apetite, mas diante da restrição orçamentária há a necessidade de parcerias com outros fundos para poder atender a parte da demanda.

Um exemplo é com a Vinci Partners um fundo com patrimônio de R$ 1,4 bilhão que pode chegar a R$ 3 bilhões para projetos focados em renováveis. Além disso, a busca com outras instituições multilaterais também faz parte do cardápio de alternativas.

“Continuamos buscando parcerias porque a economia da região vem crescendo com a retomada e demandando volumes crescentes do funding”, destacou.

O BNB, relatou o executivo presente ao tradicional painel de bancos do Brazil Windpower, somou cerca de R$ 54 bilhões em financiamentos, desse valor, R$ 32 bilhões foram destinado às renováveis em geral, mas a maioria, ou 60% para a fonte eólica na soma de tudo o que foi feito até meados de 2023.

Wilson Chen, líder de Energia em Project Finance, Senior Vice-President do Itaú BBA lembrou que ao analisar os projetos que têm saído do papel, percebe-se que aqueles que conseguem ‘fechar a conta’ são os dedicados à autoprodução, pois a economia pode chegar a uma faixa de R$ 50 a R$ 60 por MWh sem considerar o desconto do fio. Além disso, cita que empresas investidoras com foco em transição energética e necessidades de descarbonizar estão à frente.

“Se olharmos atualmente, é um preço que poderia ser mais barato se as empresas procurassem uma comercializadora, mas no longo prazo há ganhos e vantagens para fechar o contrato”, avaliou ele que apontou ainda que em geral, essas empresas têm na energia um item importante para a sua competitividade.

Igor Fonseca, líder de Power, Project Finance no Banco Santander, comentou por sua vez que uma das questões de risco do banco é como colocar os projeto de pé. Há a autoprodução mas ele classificou a situação do preço de energia é transitória.

“São geralmente contratos de médio prazo, de até 4 anos, e quando os empreendedores chegam no banco o desafio grande de como ter conforto na sustentação de preços e de médio e longo prazo. A remuneração dos bancos está no spread que não é elevado é a menor parcela do valor”, citou. Regras específicas para pagar dividendos pode ser uma das formas de instituições financeiras aceitar a tomada de um risco maior.

Cheng, do Itaú BBA, concorda com o momento dos preços de energia, ainda mais com parcelas descontratadas. Para ele é um desafio alinha essa questões. “Muitos empreendedores com visão de longo prazo podem ficar com o risco”, acrescentou.

Scherma, do BNDES, lembrou que há sobreoferta de energia e essa condição traz, por outro lado, atratividade para investimentos no país por parte de indústria eletrointensiva. E pontuou que com a economia crescendo, esses preços da energia tendem ao equilíbrio.