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Estudo divulgado no início da semana pela Confederação Nacional da Indústria sobre oportunidades e desafios para geração eólica offshore no Brasil mostra que a consolidação da cadeia de valor dessa indústria pode impulsionar a economia e a reindustrialização, além de oferecer energia limpa e renovável. A conclusão não é nova, assim como o resultado do mapeamento feito pela CNI , mostrando que há grandes áreas de viabilidade na costa do Nordeste entre o Piauí e o Rio Grande do Norte; entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, no Sudeste; e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

Para a CNI, o Brasil tem cadeias de suprimento maduras nos setores de energia eólica onshore e de petróleo e gás, o que lhe dá bagagem e experiência para alavancar a produção offshore nesses estados. Entre os associados da ABEEólica, lembra o estudo, 23 integrantes estão na categoria “Engenharia, Consultoria e Construção” , que pode prestar serviços à indústria eólica offshore.

Em todo o mundo, a estimativa de investimentos na geração offshore é de US$ 1 trilhão até 2030, com crescimento de 260 GW em capacidade instalada. No Brasil, 78 pedidos de licenciamento de parques eólicos em alto mar foram protocolados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis até 30 de agosto desse ano, totalizando 189 GW de potência. Isso é quase a capacidade total dos empreendimentos conectados ao Sistema Interligado Nacional, que somam 194 GW.

O potencial já levantado no país é de cerca de 700 GW, ou 3,6 vezes a capacidade instalada.

Na visão da indústria, para ocupar uma posição de destaque no cenário mundial, o Brasil precisa de um marco regulatório que traga previsibilidade e regras claras, o que pode ser resolvido com a aprovação do projeto de lei que regulamenta o modelo de cessão de áreas, a cobrança de outorgas e os critérios para a realização dos leilões.

Um dos caminhos apontados pelo estudo para viabilizar os projetos offshore é a produção de hidrogênio de baixo carbono, a partir da eletrólise com fontes de energia renovável. Para a CNI, mesmo com a perspectiva de o mercado consumidor só se formar daqui a dois ou três anos, é preciso iniciar acordos para desenvolvimento de infraestrutura, para que o Brasil se posicione como fornecedor.

O hidrogênio de baixo carbono pode favorecer a siderurgia, na produção de aço verde; as refinarias, substituindo o hidrogênio cinza; na produção de metanol e de fertilizantes.