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A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e a Huawei Digital Power inauguraram na última quinta-feira, 21 de setembro, uma pequena usina solar fotovoltaica com laboratório no campus Higienópolis. O projeto contou com investimentos na ordem de R$ 1,7 milhão e tem potência de 20 KWp que irá fornecer energia para uma parcela do sistema de ar-condicionado do próprio prédio onde foi instalada.
O projeto Inova Solar Huawei – Mackenzie trata da geração de energia solar fotovoltaica no meio urbano – incentivada pelo Programa de Geração Distribuída (ProGD). A usina será incorporada às aulas da disciplina de geração de energia na graduação da UPM, na qual os alunos poderão estudar o comportamento do sistema em tempo real. Nesse sistema, foram inseridos equipamentos que apresentam dispositivos de segurança que não são exigidos por lei nos equipamentos comercializados no Brasil. O professor da escola de engenharia (EE) da UPM e pesquisador integrante do projeto, Bruno Luis Soares de Lima, destacou à Agência CanalEnergia que o cunho principal do projeto é para pesquisa e desenvolvimento.
Em função da popularização e do crescimento do número de instalações de geração fotovoltaica, aumentou também o número de relatos e ocorrências de acidentes envolvendo a incidência de arcos voltaicos. As instalações de geração fotovoltaica de pequeno porte, muitas vezes, não apresentam bons padrões de equipamentos, boas práticas de instalação, atendimento a normas e acompanhamento de mão-de-obra especializada. Esses fatores contribuem para maior incidência de arcos.
Segundo o professor, a maior parte das proteções existentes, embarcadas nos inversores comerciais e referenciadas nas normas nacionais, não apresentam a segurança requerida em normas internacionais em caso de arcos voltaicos. “Esse fator gera preocupação com a possibilidade de ocorrência de incêndios e intercorrências, envolvendo equipes de bombeiros na ação para apagar o fogo, bem como residentes e vizinhos à instalação. Grande parte das ocorrências de arco se deve a instalações precárias, com equipamentos sem dispositivos de segurança e ao baixo nível de formação técnica de equipes de projeto, manutenção e instalação”, salienta.
Pensando na falta de normas brasileiras, foi montado um laboratório na EE Mackenzie, para testar os equipamentos utilizados nas instalações residenciais e comerciais, com relação aos dispositivos de segurança oferecidos. Para a Huawei Digital Power, o projeto pode gerar contribuições para elaborar padrões e normas brasileiras e o projeto com a universidade faz parte dos investimentos da Huawei em pesquisa e desenvolvimento.
“Investir em pesquisas e projetos como esse é uma missão da Huawei, que apoia iniciativas que contribuem para a transformação digital. O setor de geração de energia solar está em uma crescente, e o ecossistema deve ajudar a adequar as normas e padrões para que a tecnologia esteja acompanhada da segurança”, comentou Andrey Oliveira, diretor de soluções da Huawei. A companhia também possui outros projetos com outras universidades.
Andrey também destacou que a usina foi idealizada pequena para ter um controle maior nos testes com relação a segurança e a produção da usina será utilizada pelo Mackenzie, porém é uma parcela pequena de todo o consumo da Universidade.
Ainda com relação a esse projeto, houve a elaboração de um treinamento voltado para o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo referente às questões de segurança nessas instalações, que aborda combate a incêndio e salvamento, e será ministrado para toda a corporação, com a finalidade de capacitar bombeiros no Brasil inteiro.
Estes profissionais desconheciam os riscos inerentes ao manuseio dos sistemas solares fotovoltaicos em caso de incêndio em uma residência, visto que não há como desligar uma chave geral e interromper o fornecimento de energia natural, pois a energia vem do sol. O treinamento aborda desde a formação do arco elétrico, passando pelos riscos de manipulação dos equipamentos, até a extinção do fogo.
Os bombeiros envolvidos no projeto participam da Comissão de Estudos Especiais 253 (CEE-253), grupo de trabalho que está elaborando a norma brasileira para os sistemas solares fotovoltaicos, na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).