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A Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias divulgou nota oficial afirmando que a minuta do relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico sobre o apagão de 15 de agosto não aponta causa direta entre o evento e a operação de usinas eólicas e solares. A entidade alertou que é preciso olhar com cautela todos os pontos do documento de mais de 500 páginas, para assim, compreender o resultado apresentado e aguardar o detalhamento previsto para o próximo dia 17 de outubro.
O Relatório de Análise de Perturbação do ONS está sendo consolidado a partir de apurações feitas pela instituição, de forma conjunta com a Agência Nacional de Energia Elétrica e a contribuição de empresas do setor.
Para a presidente executiva da ABEEólica, Élbia Gannoum, a especulação sobre a causa do desligamento ter sido o aumento da geração das duas fontes foi precipitada, pois o documento deixa claro que não há nenhuma relação entre as fontes renováveis e o blecaute. Em nota a executiva apontou ser necessário parar de especular e, com isso, desmerecer o que estamos vendo no Brasil – um protagonismo em relação ao mundo no avanço da transição energética justa. E disse que é hora de agirmos para mitigar falhas, mas também de esperar para que os relatórios técnicos apontem os motivos e indiquem pontos de melhorias, afinal, um sistema grande, robusto e complexo pode sim falhar.
Ela destacou que existem mecanismos de proteção para o restabelecimento de interrupções e defendeu o fortalecimento do sistema elétrico com investimentos em tecnologia e em modelos de previsão de geração, além das várias ferramentas que existem atualmente. É preciso, ainda, em sua avaliação, explorar a cadeia de valor do setor, formada por fornecedores de alta qualidade que atuam na geração, distribuição e transmissão, para os ajustes necessários. E, talvez, a transmissão precise de reforço, dado o crescimento da geração renovável a cada ano, completou.
Élbia também defendeu para a retomada da produção de energia eólica, lembrando que o pais está na safra dos ventos e que a fonte pode gerar até outubro valores superiores a 20 GW de energia.
RAP
Na semana passada, uma versão preliminar do RAP divulgado pelo operador apontou a performance dos equipamentos de controle de tensão de diversos parques eólicos e fotovoltaicos que operam no perímetro da linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II (CE) como causa raiz dos desligamentos. O evento iniciado na LT da Chesf deveria ter sido uma ocorrência isolada, mas teve efeito dominó, provocando a interrupção de 22GW em todo o Sistema Interligado. Parte dessa carga foi interrompida após a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga, para evitar impactos ainda maiores.
O desempenho desses equipamentos, que compensariam automaticamente a queda de tensão resultante da abertura (desligamento) da linha, ficou aquém do previsto. Adicionalmente é avaliado ainda, um “desalinhamento no tratamento de dados” das usinas.
Na nota, a ABEEólica disse que vai aguardar a divulgação do relatório completo. E que pretende contribuir com ONS e Aneel para a revisão de metodologias e processos que aprimorem o sistema de geração e transmissão de energia de fonte renovável.