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O Brasil acaba de receber uma nova iniciativa que pretende avançar no mercado até se se tornar uma bolsa de energia, no futuro. A N5X é a empresa lançada nesta terça-feira, resultado de uma sociedade entre a L4 Venture Builder, fundo independente apoiado pela B3 para investimento em inovação e empreendedorismo, e a Nodal Brazil LLC, parte do Grupo EEX.  A ideia é atuar no mercado livre de energia, em primeiro momento como um balcão organizado, onde oferecerá produtos para comercializadoras.

De acordo com a CEO da companhia, Dri Barbosa, as operações efetivamente começam apenas em 2024, ainda sem data definida. Ela contou à Agência CanalEnergia que o momento agora será o de falar com o mercado e entender o que faz sentido no mercado nacional. A ideia é co-criar soluções para os desafios atuais. A proposta é de usar a experiência do Grupo EEX na construção de novos mercados de energia ao redor do mundo e atuar no Brasil. Assim a N5X buscará introduzir maior precisão de preços, tecnologia de plataforma de negociação e serviços de gestão de riscos.

“Quando olhamos o Brasil e comparamos com o giro do mercado transacionado no ACL lá fora, vemos que há muito espaço para ajudar a trazer novos produtos e serviços no mercado. Há uma oportunidade que pode aumentar o giro de 4,27 vezes para 10 vezes, é o benchmark que temos lá fora”, sinalizou a executiva.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dri Barbosa, CEO da N5X aponta que o giro do mercado brasileiro pode passar de algo na casa de 4,2 x para 10 x como é no exterior. Foto: Divulgação 

A Nodal, uma das sócias da N5X, faz parte da EEX que é a maior bolsa de energia do mundo e está estabelecida na Alemanha. A controladora já atua como a contraparte central em mercados nos Estados Unidos, em países da Europa e, mais recentemente, no Japão. Mas, para chegar a se estabelecer como a clearing house que se fala no país, admite a CEO, ainda há um longo caminho.

Os números do mercado nacional que chamaram a atenção dos investidores apontam que o  Brasil é o sexto maior mercado consumidor de energia elétrica do mundo, com 589 TWh consumidos em 2022 em mais de 90 milhões de pontos de consumo. O país também é o sétimo maior produtor, com uma capacidade instalada que deverá passar em breve os 200 GW. Além disso, cita a abertura gradual sendo janeiro de 2024 classificado como um marco adicional, trazendo mais de 100 mil novos pontos de consumo para o ambiente livre. Hoje, 35 países no mundo têm mercados totalmente abertos, a maioria deles na Europa.

A nova empresa oferecerá uma plataforma de negociação com sede na cidade de São Paulo. Com o lançamento, o próximo passo é formar a equipe e desenvolver os produtos. Por isso a data de início de operações ainda não está definida. O cliente que a N5X coloca em seu radar é o de comercializadoras ainda mais agora com as perspectivas de abertura da alta tensão a partir de janeiro, incluindo as varejistas.

Questionada sobre o modelo de negócios quando comparado com a BBCE que está no mercado brasileiro há mais de 10 anos, a executiva da nova empresa destacou que há espaço para mais de uma plataforma no país. E toma como base os números do setor elétrico nacional que vive um momento único. “Comparando com 10 anos atrás, o mercado nacional amadureceu ao longo do tempo”, avaliou.

E apontou ainda que o desafio que ela tem à frente é grande até porque a EEX que está por trás dessa nova companhia é líder de mercados onde opera.