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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nessa quinta-feira, 5 de outubro, ter a expectativa de que a crise hídrica que assola parte do Norte do país se resolva nos próximos dias. “Sou um realista esperançoso e espero que não tenhamos maiores impactos do que os já vistos, sem perder a clara noção do planejamento do setor elétrico”, comentou Silveira após participação em uma mesa do Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar, organizado pela Previ, no Rio de Janeiro.
Ele destacou certa tranquilidade para as próximas semanas quanto ao atendimento energético da região, com garantias de suprimento de diesel para o acionamento de térmicas enquanto a questão hídrica não seja solucionada. Ontem à noite, inclusive, o CMSE deliberou o acionamento das UTEs Termonorte I e II para atendimento ao Acre e Rondônia. “Em 2015 tivemos uma crise hídrica semelhante na região, mas por todos os dados colhidos agora a situação é um pouco mais severa”, complementou.
Questionado sobre o desligamento da hidrelétrica de Santo Antônio, o ministro pontuou que não existe nenhuma outra UHE com potencial de desligamento pela pouca água, atribuindo a situação da SAE pelo tipo de projeto de sua usina, mais suscetível à escassez hídrica. Enquanto isso a UHE Jirau possui um remanso que permite maior resiliência nessas situações.
Ministro tem visão otimista para término da crise hídrica na região amazônica e descarta impactos em outras UHEs (MME)
Ademais, Silveira ressaltou o anúncio de recursos consideráveis para dragagem do rio Solimões e Madeira, e que algumas das obras foram iniciadas hoje e outras serão no curto prazo. “Vamos anunciar efetivas políticas públicas para minimizar os impactos e dar suporte a população”, finaliza.
Já o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, salientou que o desligamento do linhão Madeira não afeta o abastecimento do Sudeste, já que pela época do ano já estava passando pouca energia vinda do ativo. Também destacou que, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), essa é a seca mais grave que se tem nos registros da entidade e que deve perdurar por mais dias, diferentemente das expectativas do MME.
“Boa parte das fontes renováveis do Nordeste vem pelo linhão para o Sudeste e Centro-Oeste e aumentamos um pouco a tolerância em decorrência do apagão, tendo agora condições de operar de um modo mais seguro”, disse o líder do ONS em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia.
Segundo ele ainda não foi ligada nenhuma térmica dessas deliberadas pelo CMSE e por enquanto não há essa necessidade. Ele esclareceu que as decisões de ontem pelo colegiado é que para a segurança energética da região sejam contratadas as UTEs, passando no momento por negociações regulatórias e comerciais com a Aneel e o MME, o que deve ser resolvido rápido.