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A onda de calor que atingiu o Brasil em setembro impulsionou o consumo de energia elétrica. Segundo o último boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o país encerrou o último mês com carga de 68.306 MW médios, volume 6,2% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.
Do total de energia utilizada, 43.091 MW médios foram direcionados para o mercado regulado, avanço de 8,2% no comparativo anual, puxado por um maior uso do ar-condicionado, decorrente de temperaturas acima da média registrada em setembro do ano passado em boa parte do país. O restante, 25.216 MW médios, foi demandado pelo mercado livre, por meio do uso mais intenso de equipamentos de refrigeração, especialmente nos segmentos ligados ao comércio e serviços.
Na avaliação dos 15 ramos de atividade econômica, as maiores taxas foram registradas no Comércio e Serviços, com 15,1% e 11,6%. O aumento é reflexo tanto de um ímpeto inflacionário menor e da alta movimentação em prédios comerciais, quanto a influência da onda de calor, que exigiu maior necessidade do ar-condicionado em supermercados e centros de comércio/serviços.
Já as maiores reduções no mês foram observadas na fabricação de veículos, que variou 6,3% impactada por uma produção menor e um cenário de baixo crescimento até o final de 2023, projetada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), além da indústria têxtil, que ainda sofre com a alta nos preços e com escassez de matéria-prima no mercado internacional, tendo verificado queda de 3,5% no período.
Consumo por região e geração
A onda de calor elevou o consumo em quase todos os estados brasileiros, com exceção do Rio Grande do Norte, onde a demanda foi 2,1% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, impactada por um volume maior de chuvas na região, e no Amapá, onde a CCEE ainda apura os dados de setembro. No restante do país os incrementos foram expressivos e as maiores taxas foram registradas no Maranhão (21,8%), Rio de Janeiro (18,6%) e Acre (18,3%).
Na geração de energia, as hidrelétricas produziram 46.025 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), 5,2% mais do que no mesmo período do ano passado. Em contrapartida, as termelétricas entregaram 9.028 MW médios para a rede, volume 3,3% menor. As fazendas solares produziram 2.836 MW médios, crescendo 57%, enquanto os parques eólicos tiveram um leve aumento de 0,1%, gerando 13.046 MWm.