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A Copel irá avaliar oportunidades de entrada em concessões na área de energia fora do estado, disse nessa quarta-feira, 11 de outubro, o superintendente de Relações com Investidores da Copel, Luiz Henrique De Mello. Sem entrar em mais detalhes, o administrador descartou investidas da companhia, agora privatizada, em ativos de geração no curto prazo devido ao contexto de preço da energia baixo e esperando também a renovação de suas hidrelétricas.

“Ao mesmo tempo temos buscado diminuir um pouco a participação hídrica no portfólio, aumentando a eólica e solar para ficar menos exposto aos riscos hidrológicos do futuro”, acrescentou Mello durante apresentação em evento promovido pela Apimec. O foco da empresa segue na distribuidora, cujo investimento nesse ano reúne R$ 1,9 bilhão. Já reforços e melhorias na transmissão e a manutenção de suas usinas receberam bem menos recursos.

O superintendente pontuou que a Copel não deve participar dos leilões de transmissão no curto prazo, projetando a volta às competições no médio prazo, assim como para a área de geração. “Os últimos leilões tiveram descontos altos, participamos e quase ganhamos um ou dois lotes, mas avaliamos com disciplina a não alocação do capital em ambos os casos”, comentou.

Foco principal da empresa pós privatização segue sendo no segmento de distribuição de energia (Copel)

Quanto aos desinvestimentos, ele ressaltou que os trabalhos estão sendo conduzidos para que a alienação da Compagas e UEGA aconteça o mais rápido possível, citando uma perspectiva de 180 dias, o que dependerá de questões burocráticas que podem retardar assim como acelerar os processos.

Comercialização

Na comercialização, a expectativa é de que os preços baixos talvez não continuem se o país conviver no próximo verão com um calor tão intenso quanto o verificado em setembro, lembrando que no mês que passou a companhia conseguiu utilizar pela primeira vez o preço horário. Sobre a descontratação de energia a partir de 2025, O executivo afirma que é preciso ter um pouco de paciência para entender melhor o comportamento e tendência do mercado para não concretizar preços baixos por muito tempo.

“Estamos focando no curto prazo e até olhando um mercado com menos liquidez para 2027, em função da questão do preço desagradável para os geradores, devendo retomar um patamar adequado no futuro”, salienta. Dos clientes que vão migrar em 2024, a busca será por um market share considerável, tendo diferencial no estado e pensando em como ofertar novos serviços para os consumidores.

Mercado de capitais

O superintendente também destacou não existir ainda na companhia uma discussão para alteração da alavancagem e covenants, limitados atualmente em 3,5x, mas que a questão poderá ser analisada no futuro, vislumbrando novas possibilidades no mercado de capitais. Inclusive uma assessoria foi contratada para analisar tomadas de decisão visando maximizar a eficiência da corporação como um todo.

“É uma intenção da companhia ir para o novo mercado de capitais e quando as coisas forem definidas no STF poderemos avançar”, destaca ele lembrando que existe uma posição contrária do BNDES, que deve tratar a questão num escopo maior do que somente para a empresa paranaense.