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Com uma estimativa de que a sua receita fixa chegue a R$ 10 bilhões em 2027, a Eneva aposta na bacia do Paraná como nova fronteira de investimentos. Em conversa com jornalistas nessa sexta-feira, 20 de outubro, o CEO Lino Cançado revelou que a companhia tem quatro blocos na região adquiridos na última rodada da oferta permanente e já tem uma sísmica contratada. “É uma bacia que acreditamos ter potencial”, explica. Os blocos estão localizados nos estados do Mato Grosso do Sul e de Goiás.

Itens como o despacho térmico, comercialização, a venda de gás na malha e serviços podem aumentar a receita da geradora. O executivo salientou que todos os projetos da companhia são voltados para a redução de gases de efeito estufa. As térmicas na região Norte substituíram a geração a óleo e o complexo solar Futura está comercializando energia para clientes que estão se descarbonizando, além do gás natural.

Completando dez anos da troca de marca (a companhia é oriunda da antiga MPX e incorporou a Parnaíba Gás Natural), o diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Lopes vê o gás natural como combustível da transição energética e o setor de transportes deverá ser um dos mercados fortes no curto prazo. Segundo ele, o setor consome de diesel o equivalente em gás a 150 milhões de m³/dia, enquanto o mercado de gás, se somar a demanda de indústrias e térmicas despachadas, pode chegar a 100 milhões m³/dia. “Se a gente conseguir pegar um pedaço pequeno que seja do transporte rodoviário e converter para gás, é um volume substantivo para poder aumentar esse mercado” , observa.

De acordo com o diretor Marcelo Lopes, a empresa está mais robusta e com condições de explorar as oportunidades que os mercados de gás e energia oferecem. Ele considera o mercado de gás totalmente ‘greenfield’, colocando a companhia em posição privilegiada nesse nicho. “Enxergamos a Eneva como plataforma diferenciada para poder atuar na captura das oportunidades dentro do mercado”, avisa. O foco será em alavancar valor em negócios já construídos e os negócios de menor escala serão alvo. Para ele, há carência de flexibilidade no mercado de gás e a Eneva pode se beneficiar disso.

O CEO da Eneva enumerou durante o encontro os ciclos de crescimento da empresa: um iniciado em 2018, com a incorporação da Parnaíba Gás Natural, em que houve a compra do campo de Azulão, e a vitória em leilões de energia com Parnaíba V e Jaguatirica, que supre o sistema isolado de Roraima. Já o segundo ciclo vem a partir de 2021 com a compra da Focus, Celse e TermoFortaleza, que ampliam o portfólio, além da vitória em mais dois leilões de energia, o de capacidade (295 MW) e o de térmicas da Eletrobras (590 MW), que devem entrar em operação em 2027.

Essas usinas fazem parte do maior projeto da empresa, chamado Azulão 950 MW, que ainda teria cerca de 60 MW para ser viabilizado. As reservas desse campo foram ampliadas e são cerca de três vezes maiores que a de quando foi comprado da Petrobras. Poços adquiridos nas adjacências também já foram perfurados, o que permite que o modelo de negócio, com a construção de um complexo termelétrico ao lado do poço de gás, também seja aplicado por lá. “Temos a capacidade de replicar no Amazonas o que foi feito no Parnaíba em 2013”, aponta.

Com atuação destacada nas comunidade onde está instalada, a Eneva deverá investir na formação para o mercado de trabalho no Amazonas. Segundo a diretora de ESG e Sustentabilidade Flavia Heller, uma escola técnica irá aumentar o acesso ao mercado de trabalho. Um projeto de agrofloresta está sendo estruturado. A ideia é gerar oportunidades mas não apenas na Eneva diretamente, mas também as serão geradas indiretamente, além de atividades econômicas que sejam compatíveis com a manutenção da floresta. “A ideia é construir um legado de desenvolvimento sustentável”, afirma.