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A desenvolvedora de projeto renováveis Quinto Energy almeja que em um prazo de dois anos o preço do hidrogênio verde chegue a um patamar próximo ao do tradicional cinza, oriundo do gás natural, a partir da sua carteira de projetos. De acordo com Hugo Chang, vice-presidente da empresa, já foi projetado um valor de saída de US$ 2,68/Kg, próximo aos cerca de US$ 2/ Kg praticado no mercado.
Ele conta que para ser possível chegar nesse patamar, é preciso reunir condições ideais que a desenvolvedora conseguiu ao longo dos últimos anos. A Quinto tem um portfólio de 14 GW para desenvolvimento no estado da Bahia, o que ele classifica como uma vantagem na hora de negociar um contrato de longo prazo, reduzindo o preço do energético. O alto fator de capacidade dos parques é outro componente que irá auxiliar na queda do preço do energético, uma vez que eles significam mais produção de energia. Por fim um capex baixo e ajustado soluciona a equação.
Hugo Chang, da Quinto Energy: carteira de 14 GW em projetos na Bahia
Chang também conta com a atração de parceiros estratégicos da China e Alemanha, com tecnologia de ponta, para garantir que o empreendimento necessite de investimento com valor atrativo. Segundo executivo, a vinda desses parceiros ao Brasil influenciará no capex e permitirá um Custo Nivelado de Eletricidade mais baixo, influenciando na composição do preço do hidrogênio. Um possível tratamento tributário diferenciado é um outro fator que pode auxiliar na queda de preço do H2V.
O preço da energia renovável é colocado como o verdadeiro desafio do H2V por Chang. Para ele, o preço do energético deve ser visto como resultado de um projeto com alto fator de capacidade, que gera muita energia e com capex reduzido.
O Projeto Híbrido Caninana, que tem mais de 2GW de capacidade de parques eólicos e solares, tem 57% de fatores de capacidade. Uma simulação da companhia com máquinas alemãs e chinesas disponíveis no mercado proporcionou o preço de US$ 2,68 / Kg. “A medida que eu entrar em negociações de escala, consigo negociar em um longo termo e essa negociação pode proporcionar uma queda dos preços do hidrogênio chegando próximo ao cinza”, aponta.
O executivo se mostra otimista com as metas planejadas pela Quinto Energy. A empresa decidiu apostar no hidrogênio verde, não vendendo os projetos e preservando o seu portfólio, já todo com a regularização fundiária. Além de Caninana, é formado ainda pelos complexos híbridos Alfazema, Manacá, Quixabeira e Jasmin.
A desenvolvedora busca parceiros que tenham interesse no consumo da molécula (offtaker) ou de atuar como investidores dos empreendimentos para a construção. “A Quinto está disposta e a buscar essas parcerias no mercado porque no nosso modelo tradicional nós entregávamos projetos. Agora estamos buscando justamente entregar a molécula para o consumidor”, revela.
Chang também aposta no mercado interno e coloca os segmentos do agronegócio e siderúrgico como potenciais mercados consumidores. No caso do agro, o país é um dos maiores importadores de amônia do mundo. O Combustível Sustentável de Aviação (SAF) também é outro nicho. “Já conversamos com algumas empresas aéreas aqui no Brasil, se mostrando interessadas nessa solução. É um outro mercado muito grande”, pontua.