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O modelo regulatório precisaria ser aperfeiçoado para prever ações diferenciadas em metrópoles onde há maior adensamento populacional. Essa alteração foi defendida pelo presidente da Enel Distribuição São Paulo, Max Xavier Lins, para quem a rede precisa ser mais resiliente diante de eventos climáticos extremos, como o vivenciado no estado de São Paulo nos últimos dias.
Enquanto essa alteração não vem, ele disse que a distribuidora estuda a realização de um piloto em conjunto com a prefeitura de São Paulo e com a participação do Ministério Público no sentido de entender as melhores soluções de enterramento da rede para a cidade. Essa análise envolveria o custo de implantação e as tecnologias que seriam aplicadas.
“Temos esse projeto maduro para avançar, mas a questão é a de como bancar. Esse é o ponto que precisa ser decidido. É um piloto mas que que pode ser algo maior em benefício da sociedade”, afirmou ele em coletiva convocada pela companhia nesta quarta-feira, 8 de novembro.
Lins lembrou que no passado, nas décadas de 50 até o início da década de 70 havia a possibilidade de uma tarifa adicional que poderia ser cobrada daqueles clientes de uma região geoelétrica beneficiada pelo aterramento da rede. Ele comentou ainda que segundo as regras atuais, o custo dessa atividade deveria ser cobrado de todos os consumidores de uma concessionária e como é cerca de 10 vezes mais caro que a rede aérea impactaria a tarifa de energia.
A ideia é de aplicar o piloto em mais de uma área onde é possível enterrar a rede e estudar qual tecnologia aplicar. A convencional que é mais cara ou outra que seja de mais rápida implementação, sem tantas intervenções na cidade como a abertura das calçadas. Nesse caso seria utilizado o chamado “transformador por pedestal” que não ficaria enterrado.
A rede enterrada é mais confiável porque não está sujeita às intempéries do clima, mas mesmo assim está sujeita a vandalismo nem à inundação. Ele lembra que a empresa vem atuando para combater roubo de cabos em câmaras subterrâneas, um caminho é o desenvolvimento de uma tampa de 450 kg para que as pessoas não roubem cabos e equipamentos, relatou.
Sobre a rede atual ante novos eventos climáticos, Lins disse que a empresa antecipou o conhecido Plano Verão e que ficará mais alerta sobre os fenômenos, inclusive vão conversar com institutos meteorológicos para entender o porquê do evento da semana passada e onde falhou a previsão da velocidade de vento que era previsto em 50 km/h e chegou a mais de 100 km/h em algumas regiões de estado, principalmente na capital paulista.
“Esse evento nos obrigou a antecipar ações estratégicas que seriam tomadas em dezembro. Vamos ficar mais mobilizados fazer um esforço com as prefeituras da área de concessão para intensificar as podas de árvores nos próximos meses e que isso será o elemento mitigador, mas não excluo o trabalho estrutural, contudo é a mais barata e rápida solução”, destacou.
Para essa questão das podas, continuou o executivo, a concessionária vem ampliando as ações. No ano passado chegou a 350 mil e esse ano até agosto estava em 263 mil podas de interesse da empresa, ou seja, daquela vegetação próxima ou com potencial de alcançar a rede. E ainda, o processo de informação e de oficialização dessas ações foi automatizada. Além dessas há 2.534 pedidos da prefeitura para a mesma ação e que estão dentro do prazo de 90 dias que ao total deverão se somar a outras 8.451 podas já feitas atendendo a solicitação do Executivo municipal.