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A polêmica em torno da resposta da Enel ao apagão que atingiu São Paulo e municípios da região metropolitana na sexta-feira passada, 3 de novembro, pode ter alguma influência na discussão sobre a renovação do contratos das distribuidoras, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Marcos Madureira. Ele admite que ocorrências desse tipo provocam comoção, porque várias pessoas permaneceram por um tempo maior sem energia elétrica, mas lembrou que em 99,88% das horas o serviço de eletricidade está disponível para o consumidor brasileiro.
“Eventos como esse trazem um efeito localizado, e um efeito que tem que ser percebido. O que a gente espera é que exista a devida compreensão do que ocorreu”, ponderou o executivo, em entrevista nesta quinta-feira, 9. Madureira explicou que situações caóticas semelhantes em outros países também exigem um tempo maior na recomposição dos serviços para todos os consumidores.
Para uma parcela significativa dos clientes das empresas, a recomposição é rápida, e vai ficando por último aquele consumidor que é mais difícil atender. Não por falta de equipe, mas pela dificuldade de resolver problemas que estão impedindo que ele seja religado.
A ocorrência cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos é um tema que preocupa as distribuidoras e está em discussão com a Agência Nacional de Energia Elétrica. Para o dirigente da Abradee, é preciso criar formas de acionar mais profissionais nessas emergências, de forma a atender melhor o consumidor.
Uma das possibilidades que se discute, por exemplo, é ter uma concessionária mais próxima compartilhando recursos com a titular da concessão. “Mas você olha o caso de São Paulo. Naquele momento, você teve um evento que atingiu todas as distribuidoras, umas com menor intensidade e outras com maior. De qualquer maneira, a própria Enel deslocou equipes de outros estados para reforçar a atividade que ela estava desenvolvendo ali.”
Uma outra medida, segundo o executivo, que tem permitido melhorar não apenas a continuidade do fornecimento, como também reduzir a duração das interrupções de energia é a automação de redes, que permite a auto recomposição do sistema sem a intervenção humana. Nesse processo, grande parte dos consumidores que são afetados no primeiro momento podem ser religados.
Uma dificuldade cada vez maior são os problemas de deslocamento no transito das grandes cidades. Os trajetos já são maiores em condições normais, e em situações de caos, como a que aconteceu na capital paulista, as equipes às vezes nem tem como chegar ao local atingido, devido a alagamentos e outros obstáculos. Nesses casos, ter tecnologias que permitam desligar e religar equipamentos de proteção à distância é um ganho importante para as empresas, na visão do executivo.
*A repórter viajou a convite da organização do Sendi