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Com um perspectiva de geração de 46 mil empregos induzidos até 2029, o biogás e o biometano aparecem com força no cenário da descarbonização e da transição energética. Durante a abertura da décima edição do Fórum do Biogás nesta segunda-feira, 13 de novembro, a presidente executiva da Associação Brasileira do Biogás, Renata Isfer, salientou que o momento é de reconhecimento da fonte na matriz energética pelo governo, de demonstração da evolução tecnológica e a capacidade de atendimento de diversos setores. “O biometano é um veículo que pode trazer o produto uma alternativa brasileira e que além disso, é renovável”, explica.
Estudos do projeto GEF Biogás Brasil indicam que o país é capaz de alcançar 6,6 milhões de metros cúbicos de biometano por dia até 2029, estimando daí a geração de 46 mil empregos. Mas ao contemplar o potencial total teórico do energético, que é estimado em 216 milhões de m³ por dia, equivalente a 78,8 bilhões de m³ por ano, o potencial de criação de vagas sobe para 800 mil.
De acordo com a presidente da associação, hoje são 900 plantas de biogás e 20 de biometano, com uma produção de um milhão de metros cúbicos por dia. A produção de biogás em 2029 poderá alcançar o equivalente ao que é 10% da produção de gás.
A associação aposta em planos estaduais para incrementar a fonte, assim como na parceria com o Governo Federal na criação de um Plano Nacional do Biometano para que ele seja inserido como um combustível renovável e o reconhecimento como um atributo ambiental.
Presente na abertura do Fórum, a diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica, Agnes da Costa, lembrou que o projeto mais recente de usina térmica movida a biogás, a UTE Paulínia Verde (SP -15,7 MW), foi viabilizado no leilão emergencial de 2021 e gera energia a partir de um dos maiores aterros sanitários do Brasil. A diretora da Aneel deixou clara a importância do biogás dentro do conceito de acoplamento de fontes, em que o energético pode ser usado para múltiplos destinos. Ela também frisou que hoje são 500 plantas de MMGD em 245 cidades de 16 estados que somam 11 mil unidades consumidoras.
“Estamos falando de um potencial energético que pode estar muito distribuído e ajudando diversos negócios”, comenta. A importância dos projetos de Pesquisa & Desenvolvimento – que envolvem 17 iniciativas, sendo que cinco são oriundos de chamada estratégica – que somam R$ 86 milhões em investimentos, também foram citados por ela. “A gente sabe que a tecnologia já é madura, mas para o net zero em 2050 vamos precisar de muita inovação”, avisa.
*O repórter viajou a convite da organização do Fórum do Biogás
Nota da Redação: Notícia alterada às 09:49 horas do dia 14 de novembro de 2023 para correção de informação. A Abiogás corrigiu após a publicação o número de empregos a serem gerados no mercado