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Com a meta de ser net zero até 2050, a Norsul tem se voltado cada vez mais para a temática da sustentabilidade. A empresa de navegação e integração logística que este ano completa 60 anos, deve reduzir até 2030 em torno de 30% das suas emissões. Como aliados para cumprir os objetivos, as fontes renováveis, a eficiência energética e o hidrogênio verde aparecem com aliados.

A empresa tem uma iniciativa considerada pioneira na cabotagem brasileira, que é o uso desde 2008 de placas solares em barcaças fundeadas que reduzem o uso de combustível fóssil e trazem mais eficiência e conforto operacional às atividades. De acordo com João Bottoni, gerente técnico de Frota, antes era usado um gerador a diesel para sustentar ações como a manutenção e veio a ideia de usar uma fonte limpa. A embarcação ficava parada e emitindo CO2. “Fizemos um projeto piloto e tivemos sucesso. Instalamos essas placas solares lá e quando a embarcação está sem o empurrador e aguardando o carregamento e o descarregamento, usamos a energia solar para alimentá-la”, explica.

Ele conta que além da energia fotovoltaica, as mesma barcaças quando atracadas também podem ser abastecidas em terminais fixos por energia limpa gerada pelos clientes. No caso, da biomassa de celulose. Essa eletricidade é proveniente de caldeiras de recuperação. Segundo Bottoni, os navios precisam da sua própria fonte de energia enquanto estão atracados e começa a haver uma mudança de mentalidade para o uso de energia limpa. “Se eu tenho um porto que utiliza eletricidade de uma fonte renovável, por que não utilizar essa eletricidade?”, indaga. Com isso, o gerador a diesel acaba sendo a última alternativa a ser adotada para suprimento.

Já o H2V pode aparecer na navegação através do metanol. Para Bottoni, oferta e demanda precisam crescer. No Brasil, já há navios sendo produzidos para serem abastecidos por motores a metanol. A companhia tem uma embarcação que opera na região Norte cujo motor pode usar etanol. Para ele, o metanol seria o mais interessante, mas outros como GNL, etanol e a amônia estão na corrida, o que pede uma escolha na cadeia de abastecimento, de modo que o combustível chegue até o navio e tenha capilaridade para tal.

Ele conta que pelo menos a metade dos navios pedidos nos estaleiros possui a alternativa de uso de um combustível verde. Além do diesel, os motores poderiam usar amônia, metanol ou etanol. A preocupação com as novas embarcações existe, mas é um processo lento”, observa.

Bottoni frisa que a navegação/ transporte marítimo já é mais eficiente que na comparação com outros modais. Para transportar uma mesma quantidade de carga para a determinada distância, um navio consome menos combustível que caminhões. O setor vem se alinhando as metas da ONU e a Organização Marítima internacional também tem metas nessa mesma diretriz, como a do net zero em 2050.

Durante a última edição da Rio Innovation Week, a companhia apresentou projetos de eficiência energética, entre eles o uso de pintura de silicone no casco, atuando na rugosidade. A tinta reduz o atrito com a água, melhorando a performance do navio, diminuindo em mais de 5% no consumo de combustível. Outra iniciativa é o uso de um propulsor nas hélices, o Propeller Boss Cap Fin, para otimizar o fluxo de água, conseguindo ganhos de até 5% de eficiência a mais no componente.

Um projeto com a start up BioRen impede a incrustação e combate à bioincrustação, onde campos eletromagnéticos evitam o crescimento marinho indesejado, sem agredir o meio ambiente. A Norsul tem ainda um índice de eficiência energética dos navios, assim como outro de intensidade de carbono das embarcações.

A companhia sempre teve grande preocupação com os impactos dos negócios na sociedade desde o seu fundador, Erling Lorentzen, falecido em março de 2021. Isso acarretou para a Norsul um DNA de cuidar desses impactos. A empresa participa de projetos como o da baleia Jubarte, na Bahia. A empresa tem detectado um ganho na intensidade da pesquisa por novas tecnologias em prol de uma preparação melhor.