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A Eneva encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de quase R$ 87 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 237,8 milhões aferidos no mesmo intervalo do ano anterior. A companhia apresentou suas demonstrações financeiras, explicando o resultado pelas perdas de uma variação cambial envolvendo o contrato de um navio em Sergipe. No acumulado do ano a comparação é de um lucro 10,8% menor, ficando em R$ 508,3 milhões.

O Ebitda subiu 49,3% no trimestre para R$ 891,7 milhões, reflexo da entrada total de Hub Sergipe e da térmica Fortaleza, além da maior disponibilidade e geração da UTE Jaguatirica e início da operação comercial da planta solar Futura 1, adquirida da Focus Energia no ano passado. Ao final de outubro, todas as 22 UFVs estavam operacionais, totalizando 692,4 MWac de capacidade.

A receita líquida atingiu R$ 2,4 bilhões, crescendo 39,7% na comparação anual. Já os investimentos totalizaram R$ 716,1 milhões, valor 47,1% superior, mas 38% inferior no acumulado do ano. A dívida líquida saltou 182%, ficando em mais de R$ 16 bilhões.

Novo contrato no ACL

Um dos destaques anunciados pela empresa nessa terça-feira, 14 de novembro, foi a celebração de contrato de compra e venda de energia entre a SPE Futura 5 do complexo solar e a Vallourec, garantindo PPA de venda de 29 MWmed de energia ao longo de 12 anos. Assim, do total de seis SPEs do ativo, cinco já contam com contratos firmados no mercado livre, totalizando um montante contratado de 84% do parque a partir de 2024. O preço médio é de R$ 200,7/MWh até 2031.

No terceiro trimestre, a manutenção de elevados níveis de reservatórios manteve a falta de necessidade de despacho termelétrico por ordem de mérito das usinas da empresa conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Assim o Despacho Médio Ponderado pela capacidade instalada das usinas foi 14% menor na base anual, apesar do maior acionamento da UTE Jaguatirica. Além disso, a produção para atividades de exportação foi 62% menor em função da menor demanda de energia pela Argentina e Uruguai.

Gás

Quanto ao gás, destaque para a realização no período da primeira operação de estocagem de GNL no FSRU do Hub Sergipe, primeiro marco do desenvolvimento de novos serviços relacionadas à comercialização de gás on-grid. O contrato prevê o armazenamento de 152 mil m³ GNL para a QatarEnergy por até 6 meses, até março do ano que vem.

Na teleconferência ao mercado ao final da manhã desta terça-feira, 14 de novembro, a diretoria da companhia afirmou que a petroleira arrendou um estoque de gás por um período, para aproveitar um momento em que acredita que o preço do insumo irá subir. O contrato oferta a disponibilidade ociosa de navios para que traders de GNL usem esse estoque para algum movimento de otimização, como atender aos despachos e outros usos.

“O que estamos discutindo, até com outros agentes, são alternativas diferentes para complemento do portfólio no mercado de gás a partir da entrada na malha integrada no segundo semestre do ano que vem”, comentou o CEO da Eneva, Lino Cançado.