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Depois de superar o patamar histórico de setembro na última segunda-feira, 13 de novembro, o calor extremo que atinge boa parte do país e dos centros de consumo fez a carga bater novo recorde. Segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a demanda instantânea de energia no Sistema Interligado Nacional chegou a 101.475 MW às 14h20 desta terça-feira, 14 de novembro.
No momento do recorde, o atendimento à carga era feito por 60.095 MW de geração hidráulica (59,8%), 11.601 MW térmicos (11,5%), 9.511 MW de eólicas (9,5%), 8.464 MW de solar centralizada (8,4%) e 11.302 MW da micro e mini geração distribuída (11,2%). Os recentes resultados demonstram que houve um incremento de 16,8% na demanda, quando considerado o atendimento nos primeiros dias de novembro. O montante atual é 0,5% superior a marca de 13 de novembro, quando a carga do SIN superou pela primeira vez na história, a marca de 100.000 MW.
Térmicas
Em nota, a Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas (Abraget) destacou a contribuição de mais de 13 GW termelétricos para atendimento da demanda em função das elevadas temperaturas. Ontem esse tipo de geração tinha atingido mais de 10 GW. “A matriz elétrica ideal é aquela que reduz as emissões de carbono mantendo a segurança elétrica e energética do SIN”, diz o documento, que afirma também ser uma busca do setor contribuir com a minimização dos impactos ao meio ambiente através de novas tecnologias que vêm sendo implementados a nível mundial.
Usina Maracanaú foi uma das a óleo combustível com despacho solicitado pelo ONS (Bolognesi Energia)
A Bolognesi Energia ressaltou que o Operador solicitou o despacho de térmicas a óleo desde a última segunda-feira, 13, tendo a participação efetiva de suas usinas Termo Pernambuco III, Maracanaú e Borborema, em índices superiores a 60%. O diretor Comercial e Regulatório da empresa, Daniel Araujo Carneiro, ponderou a importância desse tipo de geração na matriz, pela ampla flexibilidade operativa através de uma reserva adormecida para momentos como esse.
“As UTEs a óleo proveem segurança, modicidade tarifária, flexibilidade frente às fontes intermitentes, CVU baixo, capacidade sem energia, além do combustível armazenado no site e gerando benefícios não percebidos pelos modelos de formação de preço”, comentou o executivo. Ele também destacou que está em curso a descontratação de usinas, que por serem flexíveis, se tornaram mais competitivas uma vez que agregam o benefício econômico atrelado à redução da receita fixa.
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou em uma audiência no Senado Federal sobre tarifas, em outubro, que o custo adicional com o acionamento do parque termelétrico, determinado pelo CMSE, deve ficar limitado a uma demanda pontual. Recentemente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que o Comitê trabalha com muita precaução para garantir suprimento e, ao mesmo tempo, equilibrar a segurança com a modicidade tarifária.
“Com combustível líquido, a fonte possui vocação para serviços de capacidade, não requerendo quaisquer tipos de subsídios, mas valoração justa do benefício e o direito de participar dos mecanismos competitivos”, aponta Carneiro, que defende uma oportunidade para esse tipo de geração no leilão de reserva que deve ocorrer em 2024. A demanda esperada para o próximo certame é de 8 GW, refletindo o acúmulo de energia não contratada em 2022 e o vencimento dos contratos das UTEs existentes.
(Nota da Redação: matéria atualizada às 18:23 horas do dia 14 de novembro de 2023 para inclusão de informações enviadas pelo ONS após a publicação)