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A Accenture concluiu em uma pesquisa que menos de uma em cada cinco empresas está no caminho certo para atingir o Net Zero em suas operações até 2050. O quadro obtido mostra que 38% das companhias afirma que não pode fazer mais investimentos em descarbonização no atual ambiente econômico. A pesquisa analisa compromissos net zero, atividades de descarbonização e dados de emissões para as 2 mil maiores empresas do mundo.
Lançada antes da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), uma outra pesquisa adicional contou com mais de mil executivos de 14 indústrias e 16 países para compreender os desafios e prioridades a curto prazo da descarbonização industrial.
A análise da Accenture no Destination Net Zero revelou que o número de empresas que estabeleceram metas para alcançar a neutralidade aumentou para 37%, 3 pontos porcentuais acima do resultado do ano passado.
Segundo a consultoria, apesar dos motivos para um otimismo moderado, metade (49,6%) das empresas que divulga dados de emissões registrou o aumento do volume desde 2016. Um terço (32,5%) está no caminho da redução, mas, com base nas tendências atuais mesmo esse grupo não está no caminho certo para atingir o objetivo em suas operações até 2050.
Para resolver o problema a nível empresarial, o relatório identifica um amplo conjunto de alavancas de descarbonização que permitem e aceleram o progresso. Estas vão desde ações bem estabelecidas, como a melhoria da eficiência energética e a mudança para fontes renováveis, até medidas mais complexas, como a implementação de TI verde, a reinvenção de modelos de negócio e a remoção de carbono.
Ao entrevistar líderes para o relatório Powered for change, a Accenture descobriu que a reinvenção da indústria pesada é fundamental para atingir todas as metas globais de net zero – tanto como os maiores emissores do mundo devido à sua interdependência com a indústria manufatureira, quanto a chamada indústria leve, que inclui celulose e papel, aeroespacial e defesa, automotivo, equipamentos industriais, ciências biológicas e bens de consumo.
Entre as formas de alcançar essa meta, a Accenture aponta que é necessário melhorar o acesso e a disponibilidade de energia acessível e de baixo carbono. Um dado apurado é que mais de 80% dos líderes da indústria pesada esperam precisar de mais de 20 anos para ter eletricidade zero carbono suficiente para descarbonizar a sua indústria, com os fornecedores de energia focados principalmente na descarbonização das suas próprias operações.
Quase a totalidade dos entrevistados apontou que esperam precisar de pelo menos 20 anos para fornecer produtos ou serviços com net zero com paridade de preços ou próximas às alternativas de alto carbono.
E mais, 40% desses líderes em setores pesados afirmaram que não podem suportar mais investimentos na descarbonização no atual clima econômico, com 63% sugerindo que as suas medidas prioritárias de descarbonização não serão economicamente atrativas antes de 2030.
A análise de Felipe Bottini, diretor-executivo de Sustentabilidade da Accenture América Latina, explicada em nota, indica que não for viável atingir o net-zero na indústria pesada, então não será para nenhuma outra indústria.
Para reversão desse cenário é preciso buscar oportunidades onde se consegue preço adicional que pode ser pago por atributos amigáveis ao meio ambiente. Expandir a energia de baixo carbono e o hidrogênio mais rapidamente para garantir um fornecimento seguro e acessível. E ainda, reduzir as despesas de capital e operacionais relacionadas com infraestruturas de baixo carbono.
Para o Destination Net Zero, a Accenture trabalhou com o The SmartCube para recolher dados sobre o G2000 através de um determinado conjunto de critérios relacionados com a descarbonização. Esta pesquisa, já no seu terceiro ano.
Para o Powered for change, a Accenture realizou em abril/maio de 2023 uma pesquisa global com 1.000 executivos de nível C ou C-menos-1 dos setores de petróleo, gás e energia, indústria pesada e indústria leve. A pesquisa concentrou-se nos desafios e prioridades de curto prazo da descarbonização industrial, nas expectativas para as emissões dos Escopos 1 a 3 e nas principais receitas e alavancas de custos para melhorar o caso de negócios financeiros para soluções de descarbonização selecionadas.