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Com investimentos de R$ 2,5 bilhões e geração de 1,5 mil empregos diretos na construção, já está em operação a UTE Marlim Azul (RJ – 565 MW). Leiloada no leilão A-6 de 2017, a térmica é da Arke Energia, joint venture formada pela Pátria Investimentos, Shell e Mitsubishi Power, e é o primeiro empreendimento a usar gás natural proveniente da camada pré-sal. A energia gerada pela usina é capaz de fornecer energia a 2,5 milhões de residências. A operação está no modo teste, mas deve entrar no modo comercial nos próximos dias. A EDF irá fazer a operação da planta.
De acordo com o CEO Bruno Chevalier, a usina enfrentou desafios, como o de ser construída durante a pandemia, com o agravante do seu canteiro ter sido iniciado de fato poucos dia após a Covid-19 ter assolado o mundo. “A pandemia foi o mais desafiador, era uma obra complexa, com sete epecistas e equipamentos, que vieram de 26 países”, relembra. Por conta desse quadro, Chevalier alega que houve um atraso de dez meses na entrega da obra. A Agência Nacional de Energia Elétrica chegou a formar maioria para reconhecer um excludente de responsabilidade de 152 dias, mas o pleito era de 206 dias. Na reunião do último dia 10 de outubro, o assunto estava na ordem do dia para ser votado, mas foi retirado de pauta por um pedido de vistas do diretor Sandoval Feitosa, quando já havia maioria para aceitar a isenção pelos 152 dias. Feitosa e a área técnica da Aneel alegaram incoerências no pedido.
UTE Marlim Azul, da Arke Energia: construída durante a pandemia
Outro desafio que o executivo destacou à Agência CanalEnergia foram os entraves regulatórios do gás natural. As legislações estaduais criam disputas entre as distribuidoras locais e os empreendedores das UTEs, por conta do gasoduto. Não havia interesse da Naturgy em construir o acesso, que acabou implantado pelo empreendedor. Após sucessivas negativas, Marlim Azul conseguiu fazer de modo pioneiro com que o gasoduto fosse reconhecido pela agência reguladora de energia como parte da UTE. Segundo Chevalier, o reconhecimento foi importante para a questão fundiária, necessária para cálculos de indenizações e prosseguimento de obras.
“Com esse precedente, qualquer outra térmica que construa um gasoduto, a Aneel já tem um processo feito, já sabe que nestes casos faz parte da UTE. Facilitamos o caminho para outros”, avisa. Segundo ele, hoje uma regra do Rio de Janeiro permite que a distribuidora diga se quer operar o gasoduto. A Naturgy quer operá-lo, mas ainda aguarda a definição da tarifa.
A termelétrica também tem uma expectativa de ser constantemente acionada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, por ter sido viabilizada no certame com um CVU de R$ 168/MWh. Outro destaque da usina é a turbina a gás da Mitsubishi Power com tecnologia M501JAC no Brasil. A planta da UTE é considerada compacta, ocupando uma área de estrutura com 350.000 m³ de terraplanagem.
* O repórter viajou a convite da Arke Energia