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A capacidade de produção de energia renovável no mundo avança consideravelmente e esse ano deverá representar um novo recorde. A Agência Internacional de Energia prevê 500 GW de acréscimo e alta de 71% em relação ao ano anterior. No entanto, um estudo, realizado pelo Think Tank de Energia Ember, mostra que muitos países poderiam aumentar suas metas a partir de uma lacuna identificada de 3,7 TW entre os objetivos nacionais coletivos e a triplicação global necessária de 11 TW até 2030, levando em consideração os movimentos de descarbonização e transição energética. O presidente da COP 28, Sultan al Jaber, pediu um acordo global para obtenção desse patamar.
A análise do Tracking National Ambition Towards A Global Tripling Of Renewables mostra dez países, incluindo a Índia, com metas ambiciosas para atingir o objetivo mencionado acima, enquanto outros doze possuem metas de participação de energia eólica e solar que excedem a projeção esperada global em 40% até 2030, incluindo os Estados Unidos e Brasil. Outras 20 nações planejam mudar mais de 20% de seu mix de eletricidade de combustíveis fósseis para renováveis no período, incluindo a África do Sul.
O relatório destaca também aqueles que poderiam aumentar seus esforços, citando Austrália, Japão, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos, que já estão no caminho certo para exceder suas metas e estão entre os maiores emissores per capita do setor de energia do mundo. “Triplicar a capacidade renovável em todo o mundo é a ação mais importante desta década para o clima. As metas atuais já estão desatualizadas e precisam ser revistas “, pontuou a analista global da Ember, Katye Altieri.
Ela ressaltou o potencial eólico offshore brasileiro como enorme e que, se o país executar cuidadosamente seu Planejamento Espacial Marinho, será possível duplicar a potência instalada com novas políticas que podem oportunizar a instalação de painéis solares para populações vulneráveis, baixando as suas contas de energia e impulsionando as pequenas empresas. “O Brasil está em uma posição única para mostrar aos países como construir energias renováveis rapidamente, triplicando sua matriz e dobrando a eficiência energética”, complementa.
O documento ainda analisa que as metas de 57 países, mais a União Europeia, representam coletivamente 90% das emissões globais do setor de energia. Assim, a capacidade global renovável deve atingir cerca de 7,3 TW em 2030, mais do que dobrando em relação aos 3,4 TW em 2022. Outro dado é que mais de três quartos virão das fontes solar e eólica.
Na visão do CEO da Global Renewables Alliance, Bruce Douglas, uma maior ambição, combinada com ações urgentes de financiamento, licenciamento, redes e cadeias de suprimentos, proporcionaria sistemas de eletricidade mais limpos, acessibilidade à energia e empregos verdes para milhões de pessoas. “Além disso, bilhões de dólares em capital público e privado seriam desbloqueados, reduzindo as perdas e os danos causados à natureza e às pessoas pelas mudanças climáticas prejudiciais”, conclui.
Em outro estudo, da 350.org, é citada a implementação de 1,5 TW por ano até 2030, ponderando como barreiras para o Sul Global a dívida e o custo desigual de capital no segmento. Assim, uma sugestão seria o cancelamento da dívida em grande escala de US$ 100 milhões em financiamento concessional anual e US$ 200 milhões em subvenções.
O relatório descreve ainda outras exigências para o texto da decisão final da COP28, entre eles a sustentação por um quadro jurídico, basear-se apenas em tecnologias comprovadas de energia renovável como a eólica e a solar, além de incluir compromissos de todas as partes da conferência para implementar os mecanismos e condições necessárias ao sucesso de uma meta global e uma transição justa distante dos combustíveis fósseis.