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Estudo feito pela PSR para o Instituto Clima e Sociedade mostra que a execução de um dos pontos da lei 14.182 – a da privatização da Eletrobras, que obriga a contratação de 8 GW em térmicas – poderia afetar os planos nacionais de se tornar um grande produtor e exportador de hidrogênio verde. A entrada em operação dessas UTEs afetaria a renovabilidade da matriz brasileira, impactando nos critérios de sustentabilidade definidos pela União Europeia para o energético.

De acordo com o estudo, a UE definiu dois modelos de fornecimento de energia elétrica para a planta de hidrogênio. No Direto (off-grid), uma planta de geração é conectada diretamente à planta de H2, enquanto no Indireto (on-grid), o consumo de energia elétrica vem a partir da rede elétrica. No primeiro modelo, há necessidade do fornecimento constante de energia para o melhor funcionamento do eletrolisador, missão difícil para solares e eólicas. Já no modelo indireto, a geração de energia no país precisa ser no mínimo 90% renovável ou apresentar uma intensidade de carbono inferior a 18 gCO2eq/MJ1. O primeiro cenário foi considerado desvantajoso na comparação com o primeiro.

Para avaliar se o Brasil poderá ou não se enquadrar nesses critérios, a PSR projetou dois cenários a partir dos modelos: um chamado de Status Quo, com todas as UTEs entrando e operação. No segundo, definido como Frustração, 2,8 GW são construídos. Apesar da incerteza quanto ao percentual da geração hídrica, eólica e solar, o destaque do estudo é que a entrada de todas as térmicas da Lei faria com que, a partir de 2030, os limites mínimos estabelecidos sejam quebrados.

“Os resultados mostram o impacto que uma única medida governamental pode ter sobre a expansão da matriz elétrica brasileira e o atendimento aos critérios europeus. No longo prazo, contudo, outras medidas poderão ter relevante impacto, impulsionando a expansão das térmicas a gás inflexíveis e prejudicando as chances do Brasil se tornar um grande exportador de hidrogênio e derivados” diz o estudo.

Outro ponto que a PSR frisa é que a inserção de térmicas movidas a gás da camada pré-sal seria mais um ponto de atenção. Sem a flexibilização do suprimento, a geração seria constante, tomando a vez das renováveis e aumentando as emissões. “Caso o objetivo seja preparar o país para se tornar uma potência na transição energética global, será importante evitar a inclusão de térmicas inflexíveis no sistema”, acrescenta o texto do estudo.

O entendimento da consultoria é que há mecanismos legais para evitar que mais energia térmica seja contratada. Dos 8 GW, apenas 800 MW já foram efetivamente contratados. O estudo conclui a necessidade de um alinhamento do planejamento energético com a agenda de transição energética global. A falta de uma visão integrada pode levar a novas adições de carbono na matriz, influenciando na reduções de emissões via eletrificação e até mesmo na exportação de produtos verdes, como o H2V.