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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira, 1º de dezembro, na Conferência do Clima (COP28), em Dubai, que quase uma centena do iniciativas do Plano de Transformação Ecológica deverão ser lançadas até a COP 30, que vai acontecer daqui a dois anos, em Belém (PA).
Haddad citou estudos da iniciativa privada mostrando que a transformação da economia poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores, mas serão necessários investimentos adicionais de US$ 130 bilhões a US$160 bilhões por ano na próxima década, principalmente em infraestrutura para ações de adaptação, produção de energia, indústria e mobilidade.
“A boa notícia é que temos um histórico de capacidade de mobilização de investimentos e de criação de infraestruturas sustentáveis”, completou o ministro, lembrando que se o país hoje é um gigante em energias renováveis, é graças aos investimentos públicos. Ele citou as hidrelétricas como a principal fonte eletricidade no Brasil, e o Sistema Interligado Nacional, “que está entre os mais abrangentes do mundo, com alta sofisticação tecnológica e regulatória.”
Disse em entrevista coletiva que várias medidas previstas no plano já estão sendo encaminhadas, citando a regulamentação de créditos carbono, taxonomia, hedge cambial para estimular os investimentos externos, aumento do mandato de biocombustíveis nos combustíveis fósseis, a utilização de biocombustíveis na frota brasileira, além do marco regulatório da eólica offshore. São, segundo ele, leis que vão criar um novo ambiente de negócios para favorecer a transição.
“O Congresso está mobilizado discutindo uma nova regulação de hidrogênio, eólica offshore, solar e eólica onshore. Nós estamos fazendo uma discussão séria no Brasil hoje. Nós estamos com crédito de carbono no Congresso, já passou pelo Senado, combustível do Futuro no Congresso. São já quase uma dúzia de leis que foram iniciativas do atual governo, e nós sabemos que estamos correndo contra o relógio. Nós sabemos que o Brasil ficou parado muito tempo, por isso, a pressa de aprovar esses marcos regulatórios que vão ser muito importantes.”
Para o ministro, há ainda uma parte do plano a ser feita, que é a chamada industrialização verde. Ele disse que é preciso demonstrar ao investidor estrangeiro que vale a pena produzir e manufaturar no Brasil, tendo uma certificação de produto net zero. Isso vai ampliar o seu mercado potencial desse investidor, porque todos os países desenvolvidos vão se proteger de produtos que usam energia é fóssil.
“A Europa já está pensando em barreiras tarifárias que taxam os produtos produzidos a partir de uma matriz não limpa. Então nós vamos ter clareza disso, que é uma oportunidade. Inclusive não só para exportar energia limpa, não só para racionalizar a nossa pecuária, a nossa agricultura, não só para evitar o desmatamento, mas pensando também na produção manufaturada.”
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou do lançamento do plano, disse que todo mundo sabe que o grande problema do mundo e da humanidade é enfrentar a questão dos combustíveis fósseis. “O Brasil não pode ser colocado no lugar do problema. Tem que ser colocado no lugar da solução, porque com a energia limpa que nós temos nós podemos produzir hidrogênio verde. E isso é uma grande vantagem comparativa que eu brinco que tem que ser transformada em vantagem distributiva. Não só do ponto de vista de suprir o mundo com energia, mas, como diz o ministro, de usar essa energia limpa para agregar valor aos nossos produtos e exportarmos produtos que não sejam carbono intensivo.”
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, reforçou as declarações de Marina. “A ministra falou do hidrogênio verde. Hoje temos 12 toneladas que vão vir para a Europa. E um terço desse valor vai sair da América Latina, uma parte do Brasil. Precisamos, para isso, trazer investimentos, não só em hidrogênio verde, mas em outros, pra defender a natureza, a biodiversidade.”