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A Shell pretende continuar avançando em seus investimentos no setor elétrico nos próximos anos, principalmente em comercialização e energia renovável. Segundo o CEO da companhia, Cristiano Pinto da Costa, a Shell quer oferecer uma gama completa de soluções de baixo carbono para os clientes em processo de transição energética.
Para isso, a empresa concluiu a aquisição da Prime Energy em novembro deste ano, para qual indicou Guilherme Perdigão, para presidente. A comercializadora continuará a existir como uma empresa independente. Além da Prime, a empresa tem atuação no setor elétrico através da Shell Energy e da Raízen, esta em parceria com a Cosan.
Costa disse que a Shell tem um portfólio de energia solar de 3 GW, em diversas geografias do país, para serem desenvolvidos ao longo da década. “Eles serão desenvolvidos conforme a necessidade dos clientes” afirmou o executivo, em entrevista nesta terça-feira, 05 de dezembro, na sede da companhia no Rio de Janeiro. São oito projetos variando de 150 MW a 550 MW de capacidade instalada cada.
O executivo lembrou ainda que a empresa tem 17 GW de potencial eólico offshore protocolados para estudo no Ibama. “Aguardamos o avanço do marco regulatório para avaliarmos a viabilidade do investimento”, observou. Costa lembrou ainda que a empresa também tem avaliado o mercado de hidrogênio para atender as próprias necessidades e de outros parceiros como Vale e Petrobras. “Os projetos de hidrogênio precisam de uma âncora forte como essas empresas”. Ele ressaltou que a empresa também aguarda o avanço na implementação do marco regulatório do energético.
Historicamente a Shell investe entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão no Brasil em todas as suas áreas de atuação. Além disso, US$ 120 milhões são aplicados em pesquisa e desenvolvimento, sendo 30% em linhas de transição energética. Dois dos projetos atuais são de uso de etanol para produção de hidrogênio para abastecer os ônibus da USP e outro em transformar a agave – planta que dá origem a tequila – em biocombustível.
A Shell continua firme nos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás. A empresa aguarda os avanços da Petrobrás na Margem Equatorial para definir seus próximos passos. A Shell tem seis poços na bacia Potiguar e Barreirinha na área da Margem. Além disso, deve definir o investimento em Atapu 2 no ano que vem e em Gato do Mato em 2025.
Costa disse que os investimentos em hidrocarbonetos ainda são necessários para se ter uma transição energética com segurança de suprimento. O pico dos hidrocarbonetos está previsto para meados da década de 2030 ou adiante. E o Brasil ainda tem muito a explorar. A empresa deve fechar o ano com uma média de 400 mil barris por dia produzidos, tendo um pico de 458 mil barris/dia, em julho passado. Um dos destaques foi o bloco BC-10, que já bateu a meta de produção esperada para o ano, mesmo após uma parada de 62 dias, para modernização.
A Shell tem meta de ser Net Zero até 2050, reduzindo suas emissões de escopo 1 e 2 pela metade até 2030. Para isso, tem atuado em três eixos: reduzir, evitar e abater as emissões de gases do efeito estufa. No Brasil, a Shell tem investimento minoritário na Carbonext, empresa que gera créditos de carbono, através de projetos de conservação ambiental na Amazônia.