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A Alupar venceu um lote em leilão de transmissão pela última vez em 2017, mas nunca deixou de participar dos certames, fazendo ofertas. Mas com disputas cada vez mais acirradas, que geraram descontos altos na Receita Anual Permitida, e disciplina financeira como estratégia de negócios, a empresa viu as chances de vencer diminuir. Contudo, não desistiu do segmento, que representa 80% do seu caixa, e quer voltar a ganhar projetos em um leilão de transmissão.
A empresa já tem dois alvos em mente a disputa do próximo dia 15 de dezembro e a de 28 de março do ano que vem, segundo o head de Relações com Investidores da Alupar, Luiz Eduardo Muniz Coimbra, contou a Agência CanalEnergia. “Temos uma disciplina financeira na alocação de capitais. Os concorrentes adotaram premissas agressivas, com retornos apertados. Temos métricas focadas em geração de valor”, afirmou o executivo.
Enquanto não desencanta nos leilões do Brasil, a empresa tem sido bem sucedida nos países vizinhos. Venceu este ano dois certames no Peru e no Chile para construção de projetos de transmissão. Além desses dois países, a empresa também atua na Colômbia. A Alupar atua também na área de geração nesses países. Coimbra afirma que características desses mercados como contratos em dólares e em alguns projetos concessão perpétua, adicionada à estabilidade regulatória, tornam esses investimentos atrativos.
A Alupar abriu recentemente uma comercializadora varejista para captação de clientes, que possam fomentar projetos de geração. “A comercializadora vai trazer a demanda para que possamos desenvolver projetos tailor made [adequados a necessidade dos clientes]“, explicou Coimbra.
Linhão Boa Vista
Uma das obras mais aguardadas do setor elétrico é a interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional, através do Linhão Manaus-Boa Vista. Coimbra contou que a obra foi iniciada recentemente com pelo menos duas torres já construídas fora da reserva indígena Waimiri Atroari. Na reserva estão sendo feitos os estudos topográficos. Antes do início da obra em si, foi necessário realizar trabalhos assistenciais à comunidade como instalar acesso à internet e radiofônico.
A linha deve entrar em operação no final de 2025, com um atraso de mais de uma década. A Alupar é sócia da Eletronorte no projeto. As empresas através da Transmissão Norte Energia pediu reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Agora uma arbitragem está sendo realizada junto com a Agência Nacional de Energia Elétrica para encontrar o novo valor da RAP.
“É um processo de 24 meses, que pode ser prorrogado pelo mesmo período, que está bem no início”, ponderou Coimbra, argumentando que a empresa apresentou argumentos sólidos, que podem gerar algum reconhecimento.