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Participando de mais uma edição da COP que esse ano é realizada em Dubai, o Operador Nacional do Sistema Elétrico está conseguindo ter uma presença ativa nas discussões em 2023. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor-geral Luiz Carlos Ciocchi conta que além de painéis nacionais, também houve participação de debates dos pavilhões do Chile e Itália. O foco tem sido a transição energética e os caminhos a seguir nesse cenário. “Cada país vai seguir um caminho e o do Brasil vai ser o da diversidade de fontes, de geração e de combustíveis. Esse é o nosso caminho”, afirma.

A ideia de que não haverá transição sem transmissão tem sido divulgada em Dubai. A pujança na operação do sistema brasileiro tem sido objeto de curiosidade na conferência. Segundo Ciocchi, o questionamento é sobre essa robustez e a sua necessidade perante a nossa matriz permeada de eólicas e solares. “Eles querem entender do Brasil, tendo em vista o tamanho do país e da nossa rede básica”, comenta. O diretor do ONS explica que a linha de transmissão para o operador, além de cumprir a função básica, traz grande flexibilidade tanto ao trazer a energia de usinas eólicas no Nordeste quanto das UHEs de regiões mais afastadas.

O ONS participou de um painel com os operadores da Austrália e do Chile. A filosofia da operação vem mudando no mundo ao longo dos anos, com a geração distribuída crescendo de forma exponencial, as fontes renováveis ganhando espaço e o armazenamento tomando forma. “Os sistemas são diferentes, possuem histórias diferentes, mas os desafios são os mesmos”, aponta.

Nesta quinta-feira, 7 de dezembro, será realizada uma reunião dos operadores. Dessa reunião, há uma expectativa que saia alguma novidade em prol da operação da transição energética. O Global Operators -15, grupo dos maiores operadores do mundo tem se debruçado nos últimos anos sobre a cooperação e troca de experiências frente ao cenário de avanço das fontes intermitentes.

Ciocchi lembra que mesmo com todas as vantagens e privilégios renováveis e da operação do Brasil, a transição trará disputas internacionais duras. Para eles, o país precisará estar bem preparado para ter êxito e capturar as oportunidades. Não será uma coisa simples e rápida. Vai demandar muito trabalho e esforço”, avisa.

Na avaliação do executivo, os biocombustíveis brasileiros também têm chamado atenção durante a COP 28. Ele lembra que se não fosse possível usar combustíveis derivados do petróleo em carros, os carros continuariam rodando no Brasil por conta do etanol. “O Brasil tem uma posição muito privilegiada”, observa.