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Os dois leilões de transmissão deste ano e o próximo, agendado para o final de março do ano que vem, servirão para ajudar na redução das limitações de escoamento de fontes renováveis do Nordeste para o Sudeste. Segundo o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa, os certames ampliarão a capacidade de exportação, apesar de ainda terem um prazo para construção e entrada em operação.

“Temos que entender que resultado do leilão de junho e dessa sexta-feira e outro em março, para essas linhas entrarem em operação não é de imediato, há o desafio de construção e de operação, mas o que posso dizer é sim, a ampliação de capacidade de exportação de energia tem como meta recepcionar as renováveis [e reduz o constrained-off]“, destacou.

Feitosa afirmou que o leilão dessa sexta-feira, 15 de dezembro, era diferente do anterior quando um consórcio que levou dois dos maiores lotes foi inabilitado pela autarquia diante de inúmeras irregularidades. Antes do certame havia uma certa tranquilidade, pois a tecnologia empregada é intensiva em capital e que naturalmente a corrente contínua exige especialização dos participantes.

Ele lembrou ainda que a agência sempre avalia, mesmo depois de 20 anos de leilões, alterações e aprimoramentos para cada certame que tem suas particularidades, sejam mudanças metodológicas ou jurídicas.

Feitosa destacou que para esse leilão, inclusive, não houve alteração das regras, pois o caso do consórcio inabilitado ocorreu após a aprovação das regras pelo TCU, mas que para o próximo sim.

“Teve mudança na lei e de fato tivemos experiências da Aneel e o que temos feito é agido com responsabilidade e os rigores da lei, analisamos oportunismos e comportamentos inadequados”, reforçou ele, lembrando que a empresa não foi habilitada como uma das etapas do processo de leilão.

Para o leilão de março, o relator Ricardo Tili disse que houve poucas mudanças, com o melhoramento de alguns pontos. Essas alterações estão focadas na pré-qualificação da inscrição dos agentes. “Não se trata de uma mudança drástica, são exigências de coisas pontuais para não prejudicar a competitividade. Sempre olhamos para o balanço o que é competitivo e o que traz aquelas empresas que não têm capacidade da obra. Esse filtro não pode barrar a competitividade”, explicou o diretor da Aneel.

Venezuela
A importação de energia do país vizinho, alvo de polêmica quanto ao preço, está com os testes em andamento e devem ser encerrados hoje. O ONS está de olho na questão da operação da linha que interliga os dois países e que a diretriz é a de não comprometer o fornecimento de energia para o Brasil, destacou o diretor geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, que lembrou que o volume de importação não é elevado.

A Âmbar Energia foi a única empresa que se candidatou a importar a energia da Venezuela ao volume de 120 MWh.

Ao encerrar os testes, o diretor da Aneel, Hélvio Guerra, disse que o tema será colocado em pauta na reunião extraordinária que ocorrerá na próxima terça-feira, 19 de novembro. “Estamos esperando o posicionamento do ONS sobre a segurança e isso é de grande importância por marcar a retomada da importação da energia da Venezuela”, comentou.