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A produção do hidrogênio verde utiliza quase um terço a menos de água por quilo do que o H2 azul, feito a partir de gás natural com captura parcial de carbono e armazenamento (CCS). O dado integra uma análise da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) e da Bluerisk, especialista global em avaliação e gestão de riscos hídricos. O estudo recomenda que as usinas de produção de hidrogênio alimentadas por combustíveis fósseis sejam aposentadas em todo o mundo.

Paradoxalmente, um projeto de lei recém-aprovado na Câmara dos Deputados visa a regular esse setor que mal começou no Brasil, mas admite o uso de UTEs a gás natural para produzir H2. O texto será analisado pelo Senado. O relatório Water for Hydrogen Production mostra que a demanda global hídrica para o vetor energético está programada para mais que triplicar até 2040 e aumentar seis vezes até 2050. De longe, o tipo que mais precisa do recurso é o feito a partir do carvão com sistemas de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), que tem uma intensidade de água mais de duas vezes superior à do hidrogênio verde.

“Sistemas de captura e armazenamento de carbono podem fazer com que a demanda de água para a produção de hidrogênio atinja níveis alarmantes. Adicionar CCS a uma usina de carvão que produz aproximadamente 230 quilotoneladas de H2 anualmente exigiria um volume de água que poderia sustentar toda a população de Londres por meio ano”, explica o diretor da Bluerisk, Tianyi Luo.

O levantamento recomenda que considerações sobre a água sejam integradas ao planejamento de hidrogênio e à aprovação de projetos, visto que mais de um terço dos projetos planejados ou em operação de produção de H2 verde e azul já estão localizados em regiões altamente suscetíveis à escassez hídrica, correndo o risco de interrupções e incertezas relacionadas a regulamentações ambientais se a demanda de água não for gerenciada adequadamente. É o caso do Nordeste, onde há diversos planos de instalação de plantas do insumo.

Segundo o documento, cerca de 2,2 bilhões de metros cúbicos de água doce são retirados anualmente para a produção global de hidrogênio, sendo a água utilizada como insumo e meio de resfriamento em todos os tipos de produção. Isso representa 0,6% do total de água doce retirada pelo setor de energia. O H2V, produzido por meio da eletrólise, apresenta em média cerca de 17,5 litros por quilo de hidrogênio produzido. Em seguida, vem a eletrólise alcalina, com uma intensidade de consumo de água de 22,3 litros por quilo de H2.

A molécula azul, produzida por reforma a vapor de metano com captura, utilização e armazenamento de carbono (SMR-CCUS), possui uma intensidade de consumo de água de 32,2 litros por quilo de hidrogênio produzido. Já o H2 gerado através da gasificação de carvão tem um requisito de retirada de água de cerca de 50 litros por quilo e consome em média 31 litros por quilo, aproximadamente o dobro dos requisitos de retirada e consumo de água do PEM. Com a adição de CCUS, esses requisitos podem aumentar ainda mais para 80,2 e 49,4 litros por quilo, respectivamente.