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Tendo criado após a privatização uma vice-presidência específica para a área, a Eletrobras quer mais do que nunca colocar a inovação dentro da companhia. Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, o líder dessa da área de inovação, P&D, digital e TI, Juliano Dantas, conta que hoje a maior elétrica da América Latina tem R$ 500 milhões em projetos de P&D e Inovação em andamento e acredita que a integração de todas as controladas potencializará os próximos movimentos nesse segmento. “É prioridade para a gente, [a Eletrobras] colocou a inovação como um pilar, não é uma área que fica ali em um canto separada. Ela colocou a inovação dentro da organização”, explica.
Na última semana, a ex-estatal inaugurou em Florianópolis (SC) o Polo Sul de Inovação da plataforma de inovação Innovation Grid. A plataforma quer se conectar com parceiros do ecossistema, para atender necessidades estratégicas, fomentar inovações no âmbito da transição energética e criar novos modelos de negócio que contribuam para a sustentabilidade da companhia.
A integração da área com as controladas do grupo foi outro ponto ressaltado por Dantas. Segundo ele, integrar permite a especialização e um efeito maior dos investimentos na área. Houve ainda a oportunidade de criação de centros de excelências digitais, em áreas como Dados, Internet das Coisas e Analytics.
Dantas também quer que a inovação da Eletrobras seja uma área aberta, atuando por todos os setores da companhia e ampliando o conceito em escala. “Não queremos ser uma ilha de inovação que se fecha e que ninguém sabe o que está acontecendo. Queremos ser algo que habilite e ative a empresa inteira, esse é nosso foco para 2024”, avisa. Por já ter um grau elevado de descarbonização, a intenção é auxiliar os clientes nesse processo com soluções tecnológicas inovadoras. Dantas prometeu o lançamento de muita tecnologia para essa temática.
O executivo mostrou-se alinhado com a mudança nas diretrizes para os Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica. O programa passou a valorizar mais o que gera valor para a indústria de energia e para as empresas do setor, em lugar de uma simples execução obrigatória, além da busca de parceiros para ampliação de recursos, aumentando o valor dos investimentos. “Abraçamos de forma muito alinhada esse novo regulamento da Aneel. Está muito alinhado com o que pensamos e estamos fazendo aqui”, comenta.
Os polos restantes serão lançados em 2024 e o vice presidente quer pelo menos de 50 a 70 times trabalhando em soluções digitais no ano que vem. A implantação dos Centros de Excelência também está no radar. Mas o grande objetivo é aumentar o valor do portfólio de tecnologia, inovação e P&D. Para isso, uma valoração desse portfólio está sendo concluída para atrair mais investimentos.
O projeto de hidrogênio verde na UHE Itumbiara (MG – 2.082 MW), iniciado em 2021, continua e é considerado importante por Dantas. Como já existe uma definição da Eletrobras de avançar nesse energético, também almeja o desenvolvimento de soluções para operações de plantas de H2V. Em conjunto com o Cepel, está sendo desenvolvido um software com essa finalidade.
“A gente sai daquele momento em que nós vamos ver como é que funciona e agora passamos para como é que eu vou ser muito competitivo nisso, como é que a tecnologia me ajuda nesse processo”, observa. Ele lembra que os polos deverão ajudar a arregimentar empresas que vão participar da cadeia do H2V.
A relação com o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) tem sido ampliada. Dantas conta que antes da privatização, era uma relação entre um ente privado com um estatal. Com isso, havia travas e dificuldades no estabelecimento de sinergias. Mas com a desestatização da companhia, agora ambos estão no mesmo campo, o que potencializa a relação.
O uso das ferramentas desenvolvidas pelo Cepel na Eletrobras também foi unificado. Algumas unidades não usavam os softwares para o mesmo fim. “Isso gera mais receita para o Cepel, isso gera mais sustentabilidade”, pontua. Ainda de acordo com o executivo, com o estreitamento das relações entre as duas organizações, os produtos do Cepel estão ganhando escala muito mais rápido dentro da Eletrobras.