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A tão esperada abertura do mercado livre para a baixa tensão tensão começou oficialmente desde ontem 1o de janeiro. Esta terça-feira (2) marca o primeiro dia útil dessa nova elegibilidade, mas para chegar a esse momento, as empresas vêm se preparando. Com a CMU Energia não foi diferente.  A companhia mineira criou um braço para atender esse segmento com a comercializadora varejista. A empresa que fará a migração e a gestão desses novos consumidores. De acordo com Walter Fróes, presidente da CMU, a expectativa é chegar a 1.500 clientes da modalidade até o fim de 2024, um volume 50% acima das expectativa que a empresa apresentava em abril deste ano, conforme entrevista anterior do executivo à Agência CanalEnergia.

A CMU está baseada em Minas Gerais, embora também tenha clientes em outras regiões. O estado é visto ao mesmo tempo como um nicho de oportunidades para o setor – tanto na abertura quanto na geração distribuída – mas também como bastante disputado, pela forte presença do Grupo Cemig, um dos maiores players do setor. Fróes conta que a CMU optou por uma estratégia de risco de já comprar energia no ano passado para entrega os próximos anos. “Nós compramos energia competitiva para competir de fato”, revela.

A figura do comercializador varejista é enaltecida pelo presidente da CMU. Ele relembra quando em viagem aos EUA pela Associação Brasileira de Comercializadoras de Energia a viu pela primeira vez e a sugeriu no Brasil durante um Encontro Anual do Mercado Livre. Implementado anos depois, ele classifica o varejista com crucial a esse momento do mercado e vantajoso para todos.

“Nós entramos no circuito varejista assumindo todo o risco que tem nesse mercado para não contaminar o mercado atacadista”, observa. Para Fróes, caso o varejista não existisse, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica precisaria de um aparato de gestão bem maior que o atual.

O executivo vê um momento de muitas oportunidades para o ACL, já que o mercado se amplia de modo considerável. Segundo ele, antes estava restrito a grandes indústrias, mineradoras e serviços pesados. Agora é a vez de padarias, mercados e até mesmo prédios. “Nosso mercado era muito concentrado”, relembra Fróes. A expectativa da CMU é que a economia obtida nos novos contratos traga um aprendizado e faça com que os recém-migrados realizem um boca a boca nos seus segmentos com os que ainda não migraram.

Ele conta que o momento inicial para os novos consumidores é de descontos agressivos, potencializado pela disputa de mercado e preços baixos. Os valores negociados podem chegar a até 30% de desconto. Mas ao longo dos anos, Fróes acredita em uma volta aos patamares tradicionais, voltando para até 20% de economia na comparação com o cativo.

Na autoprodução, a comercializadora tem 12 contratos de plantas em construção e mais 30 propostas em estudo. No seu modelo de negócio, é a CMU que investe e arca com a operação das usinas. Hoje ela gerencia 300 grandes consumidores e geradores, o que equivale aproximadamente a 1.500 MW med em contratos em 3 mil pontos de consumo ou geração.

Na liderança de uma das comercializadoras mais tradicionais do setor, Fróes se mostra otimista com o setor, classificando-o como sólido. Mas ele prega a necessidade de estar sempre atento sobre decisões que impactam na tarifa e nos custos de energia. Ele dá como exemplo as tentativas de inserção de subsídios no Projeto de Lei das eólicas offshore. “A gente tem que estar em vigilância permanente, independente do governo A, B, C ou D”, pontua.