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Um levantamento da Empresa de Pesquisa Energética mostra que os maiores ganhos de eficiência energética desde 2005 aconteceram nos setores residencial e de transportes, que tiveram 20% e 10% de ganhos nesse quesito. O Atlas 2023 utiliza o indicador ODEX, abrangendo os dados aferidos sobre os segmentos industrial, residencial, transportes e o Brasil de forma global em 2022. Demais setores (energético, serviços e agropecuária) não foram incluídos em função de indisponibilidade de dados no formato adequado à apuração.

De acordo com a publicação, todas análises apresentaram ganhos de eficiência, com o indicador mostrando que o país encontra-se cerca de 8,6% mais eficiente energeticamente do que em relação a 2005. O principal movimento observado neste período foi o recuo da participação da indústria em contraposição ao avanço do setor de transportes, que ultrapassou o consumo industrial nos anos de 2018, 2019 e 2022.

Entre 2010 e 2022, as Intensidades Energéticas primária e final evoluíram às taxas de 0,07% e 0,05% ao ano, refletindo o crescimento da Oferta Interna de Energia acima do crescimento do PIB. Para a EPE a tendência de crescimento das IEs pode estar associada ao crescimento da produção de energointensivos de baixo valor agregado na pauta produtiva, em relação aos demais produtos manufaturados.

Edificações e residências

Em 2022 as edificações consumiram 239 TWh, o que representa 41% da eletricidade do país, sendo o segmento com o maior potencial de eficiência elétrica. Os apartamentos utilizaram 46% de energia elétrica, 22% GLP e 26% de lenha, enquanto os prédios comerciais e públicos foram atendidos em 90% por eletricidade, que em geral computou uma evolução da participação energética de cerca de 13,6 p.p. desde 2005. O principal uso final no segmento é a cocção, seguido pela conservação de alimentos e pelo aquecimento de água

Enquanto a demanda por energia por domicílio diminuiu 10,7% (queda de 0,5% a.a.) de 2000 a 2022, o consumo cresceu 19% (avanço de 0,8% a.a.) no mesmo horizonte, em razão do progresso econômico das famílias, do avanço do crédito para compra de eletrodomésticos, de políticas governamentais de ligações, sobretudo em áreas rurais e de programas habitacionais e estímulos para reduzir o déficit habitacional brasileiro.

Em contrapartida, a demanda caiu no período em função da redução do uso de fontes menos eficientes em termos energéticos (biomassas tradicionais como lenha e carvão vegetal) e a consequente substituição por fontes mais modernas (GLP, GN e eletricidade)

Comércios e serviços

No segmento de Comércios e Serviços a energia elétrica se mantém como a principal fonte, com 90% de participação, seguida pelo GLP (5,3%) e o gás natural (1,2%). Vale ressaltar que os dados do estudo não incluem a utilização do gás natural destinada à geração de eletricidade, segundo a metodologia do Balanço Energético Nacional (BEN). Em 2022 os comércios atingiram seu maior patamar, tanto em consumo de eletricidade como na área, tendo evolução crescente de estabelecimentos com taxa média anual de 2,8%, enquanto no mesmo período o consumo de energia do setor apresenta alta de 3,6% ao ano.

Houve um incremento de 6,6% na demanda por energia em 2022, quando comparado com o ano anterior e uma diminuição da participação de Atacado e Comércio Varejista, saindo de 22% em 2006 para 20% em 2022. Este segmento é o que detém a maior parcela do consumo com 20% do total. Outro destaque é que na pandemia, a área da saúde ganhou participação no consumo final energético em detrimento dos segmentos comércio varejista, hotéis e restaurantes.

Indústria

Por sua vez, aponta o Atlas, o consumo energético industrial cresceu em 1,7% ao ano desde 2000. Os ramos de alimentos e bebidas e papel e celulose se destacaram pelos resultados em todo horizonte. Entretanto, no primeiro período praticamente todos os segmentos crescem, com pouca variação estrutural. Já no segundo, diversas indústrias reduzem sua atividade e perdem participação, em especial têxtil e outras indústrias, predominando segmentos energointensivos.

Em 2022 o ODEX da indústria atingiu 96,5, o que corresponde a um ganho de eficiência energética de 3,5% em relação à 2005 (redução média de 0,2% ao ano). Embora o indicador tenha se mantido relativamente estável entre 2020 e 2022, os segmentos de química e papel e celulose foram os que mais contribuíram para a eficientização no último ano analisado. Alimentos e bebidas, ferro gusa e aço e papel e celulose foram as mais representativas em termos de consumo energético, com a eletricidade sendo a fonte mais relevante e ganhando modesta participação na avaliação da pesquisa.

Transportes

Maior consumidor de energia do país, o setor de transportes viu seu consumo energético aumentar 2,9% em relação à 2021, taxa ligeiramente inferior ao aumento do PIB, de 3%, enquanto a demanda energética subiu 5%. Outro destaque fica para o crescimento percentual dos licenciamentos e frota de automóveis leves eletrificados, cuja frota aumentou 68% em 2022, chegando perto de 90 mil unidades e representando cerca do total que circula no país.