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Desde outubro do ano passado a Desperta Energia disponibiliza ao mercado brasileiro o recebimento de cashback de 10% a 15% em média na conta de luz a partir do consumo de energia dos seus assinantes. O retorno vem dos planos de assinatura de energia solar, com o diferencial do consumidor continuar fazendo o pagamento de uma única conta, além da possibilidade de débito automático do valor devido.

“Fizemos esse produto de imediato para solucionar uma série de dificuldades na GD e melhorar a experiência de consumo de energia por assinatura oferecida no mercado e diminuir os ruídos”, disse o diretor comercial da startup, Venicio Profeta, à Agência Canal Energia. Para ele, o processo atual oferecido pela maioria das empresas de assinatura por geração distribuída leva a dúvidas, a maior irritação, atrasos dos pagamentos e inadimplência.

Logo após a contratação, o consumidor passa a ter uma carteira digital com a Desperta, onde acessa todas as informações de sua fatura e do cashback, disponível imediatamente após o pagamento de cada fatura, além de realizar saques ou trocas em qualquer momento. A ideia é que com o recurso, a percepção de valor pelo cliente amplie mais do que quando o benefício é oferecido como desconto, renovando-se a cada pagamento, ao contrário da tendência de os descontos caírem com o tempo, apesar da companhia oferecer também essa opção.

“Depois que passa o tempo e pela própria pressão do mercado com descontos maiores, as pessoas acabam querendo mais, com o consumidor passando a virar um trade de energia”, comenta o executivo. O foco da startup, que se chamava ainda Mutual Solar em 2021, é em pequenas e médias empresas de nove estados brasileiros, tendo acordos fechados com quatro concessionárias em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Alagoas. Em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul os descontos chegam a 15% e nos demais estados entre 10% e 12%.

Projeção de mercado da Desperta aponta viabilidade para UFVs abaixo de 500 KWp em todos os estados menos SC e PB

“Não é uma novidade no mercado, tem algumas empresas fazendo isso, mas não operando com uma tecnologia para fatura única que automaticamente está pagando a conta de energia da concessionária por boleto, QR Code ou Pix”, afirma Profeta.

Uma das possibilidades do produto no mercado são parcerias com empresas que querem incentivar o uso de energia solar em sua cadeia de produção, oferecendo a troca do cashback por produtos e outros serviços pré-selecionados, em especial do próprio parceiro, às vezes até de forma bonificada. Um exemplo é um acordo com uma rede de farmácias para uso de eletricidade renovável e descontos para clientes em medicamentos envolvendo os retornos financeiros.

Ainda de acordo com o diretor-comercial, outro viés que a solução pode trazer é um retorno social, com a startup se preparando para lançar algumas iniciativas com este objetivo visando se tornar a primeira com uma instituição financeira destinada realizar o investimento automático do cashback para construção de patrimônio dos clientes no médio prazo. E a segunda é a de vincular o benefício com instituições de caridade, para doações personalizadas pelos clientes. “Olhamos sempre para última milha do mercado e estamos atentos para desenvolver novos produtos no futuro”, acrescenta.

Avaliações de mercado

Pensando na outra ponta, a Desperta contratou consultorias para entender a viabilidade de grandes usinas na chamada GD II, assim como comportamento de preço. Estes se verificaram inviáveis para projeto de mais de 500 KWp, com a concessão da Light sendo a única que fecha a conta, já que em Minas Gerais a concorrência é muito grande, tendo riscos maiores para venda. “Percebemos que abaixo de 500 KWp a conta pode fechar, então fomos baixando a régua para a microgeração, com a conta fechando em praticamente em todos os estados, a não ser na Paraíba e Santa Catarina”, destaca Venício Profeta.

Segundo ele um dos objetivos também para 2024 é, junto aos integradores, buscar investidores que desejam entrar como financiadores e a empresa comprando a energia para seus associados, atuando como um catalisador de usinas de pequeno porte. Um novo produto também está sendo lançado na área financeira, o qual possibilitará o consumidor de financiar pequenas usinas via um mercado mais direto, como se fossem pequenos fundos de investimentos, a serem formalizados nos próximos três meses.

Entre parceiros estão companhias como a Raízen e a (Re)Energisa, com um volume de energia próximo a 20 MW no próximo ano para essas duas empresas, e tendo atualmente 10 MW em carteira entre 200 clientes. No outro produto, com o Renda Desperta, a meta é atingir 200 usinas até o final de 2025, conferindo cerca de 30 MW, sendo 20 MW até 2024 entre mais de mil clientes. Ademais, o diretor ressaltou que a startup aplicou R$ 10 milhões ao todo em sua história e R$ 6 milhões na solução para o cashback, esperando R$ 4 milhões em receitas para esse ano.