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O atendimento à ponta do Sistema Interligado Nacional e o atual cenário de hidrologia no Norte do Brasil foram os d0is pontos de destaque da primeira reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico de 2024. O encontro foi realizado na última quarta-feira, 10 de janeiro, na sede do Ministério de Minas e Energia. Segundo a nota oficial da reunião foram discutidas ações para a maximização de recursos visando o atendimento uma vez que aquela região tem enfrentado um cenário de poucas chuvas desde o final de 2023, em razão do fenômeno El Niño.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o atraso na afluência está comprometendo o nível dos reservatórios das UHEs localizadas nos rios Xingu, Madeira, Tocantins e Teles Pires. Essas usinas desempenham papel fundamental no atendimento da carga, provendo potência para o SIN, especialmente em cenários de carga elevada e de reduzida contribuição de ponta das fontes renováveis intermitentes.

Os estudos prospectivos apresentados pelo ONS demonstram, para uma coincidência de carga elevada e baixa geração nas usinas eólicas, a necessidade de mobilização de recursos termelétricos para manutenção dos critérios de confiabilidade no atendimento, no período de carga líquida mais elevada.

Nos últimos meses, sinalizou o ONS, além da geração termelétrica, utilizou a resposta da demanda e importação de energia da Argentina, para o atendimento da ponta. O uso desses recursos foi avaliado no CMSE como importante para a garantia do suprimento.

Apesar do cenário desfavorável no Norte, segundo o CMSE, a condição segue favorável para o atendimento nas demais regiões e deve permanecer ao longo de 2024. O armazenamento médio registrado no SIN é de 59,5%, configurando maior índice desde 2010.

Em dezembro, devido ao El Niño, a precipitação foi superior à média histórica nas bacias dos rios Jacuí e Uruguai. Nas demais bacias hidrográficas com relevante capacidade de geração de energia hidrelétrica, a chuva ficou abaixo da média. Ainda durante o mês, em relação à Energia Natural Afluente, foram verificados valores acima da média histórica no Sul e valores abaixo da média no Sudeste/Centro-Oeste, no Nordeste e no Norte, respectivamente, com 209% da MLT, 59% da MLT, 18% da MLT e 27% da MLT.

Em janeiro, de acordo com o cenário inferior, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todo o SIN. Para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte a previsão é de 54%, 84%, 41% e 36% da MLT, respectivamente. No que diz respeito ao SIN, o estudo aponta condições de afluência de 52% da MLT, sendo o menor valor para janeiro de um histórico de 94 anos.

Para o cenário superior, ainda no mesmo mês, os valores previstos de ENA continuam abaixo da média histórica para todo o SIN. As previsões indicam cerca de 77% da MLT para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste; 76% da MLT para o Sul; 48% da MLT para o Nordeste e 54% da MLT para o Norte. Para janeiro, em relação ao SIN, este cenário de vazão indica condições de afluência prevista de 70% da MLT, sendo o 10º menor de um histórico de 94 anos.

Para o último dia de janeiro, a expectativa é de 59,8%, 47,2%, 53,7% e 43,2% da EARmáx, considerando o cenário inferior. No cenário superior há a previsão de 67,0%, 56,5%, 56,6% e 51,6% da EARmáx, considerando a mesma ordem. Para o SIN, os resultados para o fim do mês devem ser de 57,0% da EARmáx, para o cenário inferior e 63,7% para o cenário superior.

A expansão na geração verificada em dezembro de 2023 foi de 1.912 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, de 480,4 km de linhas de transmissão e de 1.650 MVA de capacidade de transformação. Com isso, no ano passado, a expansão totalizou 10.324 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 5.961,1 km de linhas de transmissão e 17.345 MVA de capacidade de transformação. Para 2024, é prevista expansão de 10.106 MW de capacidade instalada de geração centralizada.

(Nota da Redação: título alterado em 11 de janeiro de 2024 às 15h 17 minutos para ajuste)