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Considerada uma época do ano em que as atenções na operação ficam sempre redobradas, o verão está no radar de atenção das concessionárias de energia. Em 2024, a estação que já se caracteriza pelas fortes chuvas, desta vez terá a companhia das ondas de calor que já se apresentam desde o fim de 2023. Antes de se despedir, o fenômeno climático El Niño deve dar manifestações que impactarão nas redes de distribuição.

Na maioria das distribuidoras, muitas ações de planejamento são desencadeadas antes do verão começar. Podas, manutenções, investimentos em equipamentos e trocas de transformadores são algumas das executadas ao longo do ano anterior à estação.

No Rio de Janeiro, o foco da Light, que atua na região metropolitana do estado, está na manutenção preventiva e no monitoramento climático. A manutenção tem por objetivo impedir os desligamentos. Mas caso aconteçam, há uma mobilização de equipes, com até quatro níveis de alerta, que aumentam o efetivo para restabelecimento a medida da intensidade, podendo chegar a 1.400 equipes.

De acordo com João Paulo Parreira, Superintendente de Operação e Engenharia da distribuidora, os impactos do fenômeno climático El Niño trazem atenção devido aos eventos severos. Vendavais acima de 80km/h e chuvas com vento preocupam, já que a rede elétrica é uma das mais afetadas, o que acarreta interrupções de energia.

Para mitigar esse impacto, há um sistema de monitoramento de alertas em conjunto com o Centro de Operações Rio e com o Centro de Controle Integrado do Governo do Estado, onde informações de previsão do clima são compartilhadas. “Isso nos faz ficar sabendo das condições primárias climáticas adversas. A gente tem tempo de se preparar e mobilizar os recursos antes mesmo de ser atingido o nível de alerta”, avisa.

A interação com órgãos como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Comlurb também está presente no planejamento para o verão da concessionária carioca, segundo o executivo. Em casos de ocorrências, a mobilização deve ser a mais veloz possível. “Assim que a gente tem uma queda de árvore ou alguma ocorrência que afete a nossa rede a gente já tem essa interação direta com os times para mobilização rápida das nossas equipes em conjunto com esses órgãos”, comenta.

A Enel Brasil, que atua na distribuição nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará, elaborou um Plano Verão 2024 com um novo nível de contingência para eventuais episódios extremos. Nos casos de contingências severas, o aumento do contingente operacional será até três vezes maior do que o normal. Os canais de atendimento também foram reforçados. No call center, a capacidade de atendimento será dobrada nas contingências severas.

Em São Paulo, já é oferecido desde o fim de 2023 um canal de atendimento via SMS em que ao se cadastrar, emite alertas sobre a aproximação de fortes chuvas.

As distribuidoras contam com um processo estruturado de categorização das ocorrências, com definição de escala de prioridade, permitindo que os casos mais sensíveis recebam atendimento primeiro. Unidades como Hospitais, clientes eletrodependentes cadastrados, pontos de serviço essenciais e escolas recebem atenção prioritária. Os prefeitos das cidades também tem uma linha direta com as concessionárias.

Na Enel Rio o aspecto climático também preocupa. Em 2022, fortes chuvas atingiram Petrópolis, na região serrana do estado, afetando a rede local. A concessionária replica o processo estruturado de categorização das ocorrências e a ênfase no aumento.

De acordo com o diretor de Operações da distribuidora, José Luis Salas, a operação Verão começa no fim do ano anterior, quando são definidos os investimentos que serão executados nas regiões de maior complexidade. Foram investidos R$ 560 milhões na melhoria da qualidade do serviço, sendo que R$ 164 milhões apenas no último trimestre.

No Sul do país, a RGE investiu nos anos de 2022 e 2023 cerca de R$ 3 bilhões na rede da sua concessão. O valor foi usado na substituição de mais de 220 mil postes de madeira por unidades de concreto ou fibra de vidro. Outras 12 novas subestações foram inauguradas e religadores telecomandados foram instalados.

A concessionária também vem estabelecendo diálogos com a sociedade reforçando a necessidade de mudança de cultura em relação à arborização de grande porte plantada perto da rede de energia. Essa tem sido a principal causa dos impactos na fiação durante os eventos extremos. O número de eletricistas foi ampliado em 350 para operações de campo.

Mas apesar do planejamento, as ocorrências não dão trégua às distribuidoras. Em São Paulo, a Enel no dia 8 já enfrentou chuvas com fortes ventos que deixaram número expressivo de consumidores sem energia. Santo André e vários bairros da capital foram atingidos. No dia seguinte, 81% dos clientes afetados já tinham a energia restabelecida, segundo a empresa.

Na Light, os moradores do bairro da Ilha do Governador, na capital do estado, também sofreram com interrupções no fornecimento. Após fortes chuvas no último dia 14, a distribuidora identificou que uma das linhas que abastece a região está defeituosa. Com isso, foram iniciados estudos técnicos para construção de uma solução definitiva, além da execução de um plano emergencial para garantir o fornecimento aos clientes, com a instalação de geradores para cargas prioritárias, como hospitais e unidades de saúde.

As obras de modernização das linhas que atendem o bairro serão feitas em duas etapas. A primeira já foi iniciada e termina apenas em outubro deste ano, enquanto a segunda deverá terminar só em dezembro de 2025. Antes de decidir pela nova linha, houve a tentativa de reparos na que estava em operação.

O verão de 2024 também passou pelo Rio Grande do Sul. Nessa semana, forte chuvas afetaram o estado. Na área da RGE, as regiões mais afetadas foram Central, Metropolitana, Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo.