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Em um cenário em que as mudanças climáticas têm acelerado a ocorrência de eventos extremos no Brasil a busca por novas formas de atenuar os impactos das intempéries sobre a rede aérea recebe a atenção da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. A instituição contratou um estudo que tem como foco propor melhorias para reduzir o tempo de restabelecimento do fornecimento de energia para os consumidores de distribuidoras.
A meta da entidade com o estudo que está em desenvolvimento com recursos de P&D é ter resultados concretos em até 18 meses para incorporar as ações na regulação do setor, inclusive, disse Brandão, será necessária a atualização desse arcabouço regulatório para que possam ser incorporadas as mudanças a serem propostas.
Essa iniciativa foi revelada no 3° Meetup virtual do CanalEnergia, realizado na última quarta-feira, 31 de janeiro, e que teve como tema “Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: Perspectivas para o Setor Elétrico Brasileiro”. O encontro, reuniu membros da Comunidade CanalEnergia no aplicativo WhatsApp e contou com apresentações do Cemaden e da Abradee sobre o assunto.
De acordo com Ricardo Brandão, diretor de Regulação da associação, que representa as concessionárias de distribuição, esse estudo conta com três linhas de estudo. A primeira é o que caracteriza eventos extremos, outra linha é avaliar quais devem ser as ações preventivas de curto prazo e a terceira trata das ações estruturantes que levem a uma resposta mais eficiente ante o que se tem atualmente.
No foco das discussões estão os eventos ocorridos em novembro no estado de São Paulo e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul, que levaram a manifestações de representantes do Poder Executivo em ambas localidades contra a demora na retomada do fornecimento de energia para os consumidores.
Brandão destacou com base na experiência internacional que o país não apresentou resposta pior do que a verificada, por exemplo, nos Estados Unidos, um país que possui mais de 80% de sua rede aérea. Por lá, lembrou ele, o tempo de reconstrução da rede em casos de eventos extremos pode chegar a duas semanas a até 18 dias. Aqui no Brasil, continuou ele, existe uma questão cultural de se esperar que mesmo com uma rede destruída com árvores, como a verificada em novembro em São Paulo, tenha o restabelecimento em apenas algumas horas, sendo visível que isso não é possível fisicamente de ocorrer.
Ele disse que o sistema de distribuição vem avançando na resiliência do fornecimento via automação da rede em grandes cidades, principalmente. Lembrou que a responsabilidade da poda e retirada de árvores que afetam a rede aérea, quando estas caem, é do poder público municipal, as prefeituras e não das concessionárias, que só atuam quando a vegetação está ameaçando encostar nos cabos.
“Nos casos de São Paulo e do Sul do país não é o caso de apenas fazer a religação é a reconstrução da rede, que naturalmente tem o tempo da engenharia e todo o trabalho de colocar de pé uma rede nova. Isso nos leva a estudar a experiência internacional para aumentar a resiliência”, disse o executivo.
Ele citou que nas grandes cidades, uma ação pode ser a substituição de árvores para exemplares que alcançam até 3 metros de altura como em Nova York e Chicago, nos Estados Unidos. “Para cada árvores retirada podemos ter outras 3 plantadas”, sugeriu ele ao lembrar que grandes árvores no ambiente urbano requer manejo mais eficiente.