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Os CEOs no setor de Energia, Serviços de Utilidade Pública e Recursos Naturais (EU&R) no Brasil acreditam em três principais ameaças para o setor: instabilidade macroeconômica e inflação (42%), mudanças climáticas (39%), riscos cibernéticos e conflitos geopolíticos (29%), riscos sanitários (19%) e desigualdade social (10%). O número faz parte do recorte setorial da 27ª edição da Global CEO Survey, pesquisa anual da PwC, que ouviu mais de 4,7 mil executivos em mais de 100 países, incluindo o Brasil.

Segundo o sócio da PwC Brasil, Adriano Correia, este é um setor da economia em que a crescente importância dessas tendências é acompanhada por um aumento da percepção dos CEOs sobre a exposição às principais ameaças de curto prazo como por exemplo, a instabilidade macroeconômica, a inflação e as mudanças climáticas. “Por outro lado, a indicação de que a instabilidade nas cadeias de suprimentos e regulação governamental devem diminuir nos próximos três anos demonstra o otimismo dos CEOs quanto ao equacionamento desses temas no curtíssimo prazo, dado a sua urgência para o setor”, disse.

De acordo com a pesquisa, os CEOs confiam mais nas perspectivas de crescimento do país do que na expansão da economia global. Para 61% deles, a expectativa é de crescimento da economia interna para os próximos 12 meses. Já o índice de otimismo do setor esteve acima da média registrada pela pesquisa entre os líderes brasileiros, de 55%, que já demonstra perspectivas de crescimento interno acima da média global de 44%.

A indicação de que a instabilidade nas cadeias de suprimentos e regulação governamental devem diminuir nos próximos três anos demonstra o otimismo dos CEOs.
Adriano Correia, da PwC Brasil

Entretanto, o otimismo perde força quando os CEOs deixam de olhar para o próprio país e avaliam o contexto global. O percentual dos líderes de EU&R no Brasil e da média global que acredita em uma possível desaceleração da economia global nos próximos 12 meses supera a fatia dos que preveem uma aceleração. Apenas 32% dos líderes de EU&R no Brasil, e 38% no mundo, acreditam em crescimento, enquanto 45% dos líderes de EU&R no Brasil e no mundo preveem uma desaceleração global. Para os próximos três anos, porém, a confiança em aceleração econômica volta a crescer e aumenta entre os líderes do setor para 61% no Brasil e 44% no mundo.

A disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras megatendências globais em aceleração têm sido fonte de ameaça aos negócios tradicionais e pressionam os CEOs a adaptarem suas estratégias de negócios em um ambiente cada vez mais incerto. Isso gera uma inquietação entre os CEOs em relação à sustentabilidade dos seus negócios: 41% dos CEOs brasileiros (45% no mundo) duvidam que, na trajetória atual, suas empresas se mantenham viáveis nos próximos dez anos. Embora os CEOs de EU&R também indiquem uma certa preocupação sobre a viabilidade de seus negócios nos próximos de 10 anos, esse indicador foi de 29%, um percentual menor que a média brasileira.

Em comparação com os últimos cinco anos, os CEOs de EU&R preveem que alterações associadas à tecnologia, às preferências dos consumidores e ao clima, entre outras, terão impacto muito maior na forma como criam, entregam e capturam valor. Apenas os efeitos da instabilidade da cadeia de suprimentos e da regulação governamental, na opinião dos CEOs do setor, devem diminuir em termos relativos nos próximos três anos.

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas, uma das megatendências analisadas pelo estudo, estão entre as principais ameaças para os CEOs de EU&R no mundo. Há progressos no cumprimento de seus objetivos declarados, segundo os líderes do setor: 97% têm esforços em andamento ou já concluídos para melhorar a eficiência energética, e 91% para inovar em produtos e serviços com baixo impacto climático. A maioria dos respondentes da pesquisa relata progressos na descarbonização, mas com planos mais tímidos para outras ações climáticas.

Em relação a inovar em novos produtos, serviços ou tecnologias com baixo impacto climático, 81% do setor já têm planos em andamento para alcançar o objetivo, número que contrasta bastante com os resultados no Brasil, de 57%. Na média no país, essa ação foi indicada como concluída por 9% das pessoas entrevistadas.

O setor está à frente da média brasileira ao incorporar os riscos climáticos ao planejamento financeiro. Enquanto 65% dos CEOs de EU&R têm projetos em andamento ou concluídos neste sentido, a média brasileira é de 43% e outros 36% dos CEOs na média Brasil nem começaram projetos neste sentido ainda.

Inteligência Artificial

A outra megatendência analisada pela pesquisa é o impacto da disrupção provocada pela inteligência artificial (IA). No Brasil e no mundo, o uso desta tecnologia ainda é uma realidade distante para empresas do setor. Dos CEOs de EU&R no país, apenas 35% disseram que suas empresas mudaram a estratégia de tecnologia por causa da IA generativa nos últimos 12 meses. No Brasil, a média de todas as indústrias foi de 34% e, no mundo, de 31%.

“Estamos em um momento único de transformação no setor, que demandará cada vez mais tecnologia em tudo que as empresas fazem, e os dados da nossa pesquisa indicam isso, ainda que o estágio de implantação da inteligência artificial não seja uma realidade para a maioria dos nossos entrevistados. Percebemos o poder de influência dessa inovação quando observamos que 71% dos líderes do setor declararam que a adoção desta tecnologia vai melhorar a qualidade dos produtos ou serviços das empresas”, completa Adriano Correia.

O executivo ainda declarou que é quase uma unanimidade índices muito altos de executivos que já estão fazendo algum tipo de investimento ou pretendendo fazer nesse sentido nos próximos três anos. “Todo mundo entende que a IA generativa vai ser um diferencial e que vai mudar a forma como as empresas operam e os números de fato bastante expressivos mostram que essa é uma tendência muito forte para os próximos anos”, explicou.

A adoção dessas novas tecnologias vêm acompanhada de grandes desafios e nos próximos três anos, para 87% dos executivos, a IA generativa vai exigir desenvolvimento de novas habilidades na maior parte da força de trabalho. No mundo, esta média é de 69% e no Brasil, 77%.

A IA generativa também vai mudar significativamente a maneira como as empresas criam, entregam e capturam valor para 81% dos CEOs do setor, enquanto no Brasil, 72% acreditam nestas mudanças. A média global que acredita nesta mudança de valor a partir da IA generativa cai para 70%.