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Depois de triplicar seus resultados em termos de faturamento (363%) e operação em relação ao ano anterior, a Gedisa trabalha com a meta de quintuplicar seu crescimento em 2024. Atualmente são 65 usinas operacionais e a previsão é de mais 56 ativos a serem construídas nos próximos dez meses, sendo 36 usinas solares. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO da companhia, Miguel Segundo, destacou que para esse período o planejamento reserva R$ 20 milhões em investimentos apenas para a operação do negócio de GD, praticamente o que a empresa aplicou em seus cinco anos de existência.
“Nesses cinco anos mudamos muito o formato do trabalho comercial. Erramos muito, aprendemos muito, chegando agora a um modelo com eficiência interessante”, pontua o executivo, lembrando que chegou a ter 41 vendedores externos via CLT, num regime que considerou mais custoso do que eficiente. A matriz fica em Curitiba e o foco recai nos parceiros regionais espalhados pelo país, além da prospecção interna.
Para esse novo momento uma equipe de inteligência de mercado foi montada recentemente, com a contratação de um executivo sênior do mercado de telecomunicações, que apoia as decisões a partir dos estudos para os contratos e expansões de regiões e fontes. Entre os fatores de análise estão os cenários das distribuidoras locais, os concorrentes, terrenos, e outras questões técnicas.
Gedisa prevê para esse ano 36 usinas solares e outras 20 unidades entre CGHs, plantas de biogás e sua primeira eólica
“Não vamos atender na área da Cemig, visto ser uma região saturada de players, com a própria concessionária sendo um ator relevante”, pondera. A Gedisa está presente em mais de 1.300 cidades e mira ampliar sua participação para todo território brasileiro, tendo começado a operar comercialmente no ano passado em novas regiões como Centro-Oeste e Nordeste.
Um dos principais diferenciais elencado pelo CEO é um portfólio com pluralidade de fontes, tendo a metade de sua base composta por solar, 40% de CGHs e 10% entre usinas a biogás e biomassa. Já o primeiro parque eólico deve ser energizado em junho no Rio Grande do Sul. A capacidade instalada atual é de 65 MWac de potência e 25 MWm de energia média, com um pipeline contratado de 325 MWac de GD até 2028.
Parcerias
Entre as vias de crescimento destaca-se o trabalho de parcerias com corporações ligadas ao varejo, no intuito de levar as soluções de energia por assinatura com economia nas faturas. De acordo com Miguel Segundo, existem negociações atualmente com um banco digital, alguns times de futebol para acesso à base de sócios, além de uma empresa de GLP, na qual tem um projeto piloto no RS e cuja ideia é expandir para outras localidades do país.
Entre os acordos já existentes, o último foi com a administradora de condomínios BRCondos, para levar energia renovável com redução de até 20% nas contas a partir de fevereiro. O potencial de novos clientes chega a 120 mil, para um público cujo gasto médio com eletricidade é de R$ 5 mil mensais, com potencial de economia nos próximos três anos superior a R$ 100 milhões. “Nessa primeira divulgação recebemos muitos contatos de vários síndicos e condomínios interessados e agora estamos intensificando a campanha de divulgação”, salienta.
Cerca de 40% do portfólio da empresa é composto por centrais de geração hidrelétrica (Gedisa)
Outra parceria recente formalizou a Ligga Energy, que passa a oferecer o EaaS (Energy as a Service ou Energia como Serviço) ao mercado. A Gedisa conecta pequenos produtores de energia a empresas e residências, oferecendo um consumo mais sustentável e possibilidade de economizar até 22% na tarifa, a partir de uma contratação 100% digital, sem taxa de adesão ou cancelamento. O potencial pode chegar a 360 mil clientes do tipo pessoa física, com a divulgação mais efetiva começando agora, após o carnaval.
Já a cooperação com a Tradener foi definida no ano passado, com o balcão único para mercado livre e GD já tendo rendido mais de 150 clientes para a companhia. “É um mercado de 10 anos (assinatura), mas o consumidor final de baixa tensão ainda não tem tanto conhecimento das possibilidades”, comenta Segundo.
Briga de cachorro grande
Além das parcerias, O CEO afirma que a Gedisa pode crescer também via fusões e aquisições, revelando à Agência CanalEnergia que corre um processo de captação para angariar um sócio estratégico ao negócio, com conversas adiantadas com algumas empresas de diferentes segmentos. A busca é por um investidor minoritário que tenha marca e presença nacional que chancele a companhia frente aos outros players que estão entrando no mercado de GD, citando Ultragaz, Raízen, Santander, Votorantin e a Ambev, com investimento na Lemon.
“Está virando uma briga de cachorro grande”, conclui, ressaltando a operação da Gedisa como relevante, representando 12% no número de energia média de geração compartilhada no país, segundo dados da Aneel.