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O Global Wind Energy Council avalia que a reunião dos Ministros das Finanças do G20, que será realizada nos dias 28 e 29 de fevereiro, em São Paulo (SP), será uma oportunidade crucial para a cooperação multilateral. Para o GWEC, um futuro sustentável e suprido pela fonte eólica traz a necessidade de que trilhões de dólares que são direcionados para projetos fósseis troquem de mãos e sigam para as renováveis em grande escala no Sul global.
Esta semana, os ministros que compõem o grupo, os bancos multilaterais de desenvolvimento e os governadores dos bancos centrais devem mobilizar financiamento de doadores direcionado para o Sul Global para reduzir o risco de projetos de energia eólica e renovável e mobilizar grandes somas de capital privado para garantir que as economias emergentes no Sul não fiquem para trás.
Segundo o conselho, para triplicar a capacidade de energia renovável até 2030, o investimento médio anual na geração renovável no período 2023-2030 precisaria atingir US$ 1,3 trilhão, em comparação com US$ 486 bilhões em 2022. A reunião desta semana é considerada fundamental para suprir as lacunas e os investimentos igualmente importantes e necessários para trazer a esta nova energia renovável – o que também implica que o financiamento para modernizar as redes e aumentar a flexibilidade do sistema também precisaria triplicar, de US$ 274 bilhões em 2022 para US$ 605 bilhões até 2030.
Ainda de acordo com o GWEC, o financiamento público é necessário para as infraestruturas básicas e para garantir o acesso à energia no mundo em desenvolvimento. O crédito também poderia ser usado para desenvolver setores de baixo carbono na indústria, nos transportes e na produção de produtos químicos e combustíveis. Sem esse fomento, a diferença no investimento, no desenvolvimento econômico e no avanço tecnológico entre o Norte Global e o Sul Global poderia crescer mais, em detrimento de bilhões de pessoas e do êxito de uma transição energética global justa e igual.
Há ainda a necessidade de um alinhamento dos fluxos financeiros com a transição energética e os objetivos climáticos, afastando-se dos combustíveis fósseis, conforme acertado no texto da COP28. Segundo o conselho, só em 2022, os fluxos financeiros públicos para os combustíveis fósseis nos países do G20 atingiram US$ 1,4 trilhão em 2022, valor maior que o dobro dos níveis de 2019. Houve ainda um apoio dos governos que fazem parte do grupo à indústria global fóssil através de ajuda internacional, apoio ao crédito à exportação e financiamento numa média de US$ 50 bilhões por ano, de 2019 a 2021.