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Apesar da sinalização que a usina de Angra 3 e a fonte nuclear teriam um tratamento mais efetivo do novo governo, o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Atividade Nuclear, Celso Cunha, critica a velocidade com que as decisões estão sendo tomadas. Segundo ele, um ano e dois meses depois do começo da nova gestão, sobram indefinições sobre pontos cruciais que recaem inclusive sobre as empresas do setor. Cunha espera que até maio as decisões sejam tomadas pelo governo.

Apesar de ter recebido da cúpula do Ministério de Minas e Energia a garantia que a fonte está nos planos, o modo que ela vai entrar ainda não está claro. A associação já se reuniu com vários ministros desde o ano passado e agora busca o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem deseja apresentar estudo sobre os Impactos Socioeconômicos das Atividades Nucleares no Brasil, produzido pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, no Rio de Janeiro (RJ).

Dentre os pontos que carecem de uma solução, está a definição dos BNDES para o preço da tarifa da usina de Angra 3. A expectativa é que até o fim do primeiro semestre haja uma definição, segundo o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo. De acordo com Cunha, há discussões equivocadas sobre a usina , já que os custos do descomissionamento não compensariam. Outra discussão considerada equivocada por ele é a de considerar o valor da térmica alto. Para ele, alterações na estruturação financeira feita por governos anteriores encareceram o projeto, o que pede uma rediscussão.

Ele conta que em março de 2023 a associação enviou uma série de sugestões ao BNDES para baratear a usina. “Está na hora do governo decidir, já passou da hora”, avisa. Para Cunha, o tema é questão de segurança nacional, porque a atividade nuclear abrange outras áreas, como a medicina e irradiação de alimentos. Ele lembra que o Brasil domina todo o ciclo do Urânio, o que apenas EUA e Rússia também conseguem.

Para ele, a inabilidade do governo vem porque houve uma grande mudança de um governo para outro, além de uma intensa disputa política por cargos sob o guarda-chuva do MME. Ele cita a saída de Efrain Cruz e a entrada de Arthur Valério Cerqueira na secretaria-executiva. Para ele, a mudança deve trazer novas prioridades na pasta.

Outra queixa levantada por Cunha é a da protelação da criação da Agência Nacional de Segurança Nuclear, que estaria prevista em lei. Recentemente, o Tribunal de Contas da União concluiu em relatório que o governo faça a indicação o mais rápido possível. A agência foi criada em 2021 mas ainda não se constituiu.