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A Copel encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, avançando 102,5% na comparação anual. No último trimestre o lucro atingiu R$ 942,8 milhões, subindo 51,2%. A companhia apresentou suas demonstrações financeiras, reportando receita operacional líquida de R$ 21,4 bilhões no acumulado do ano, alta de 4,6%, enquanto o Ebitda chegou a inéditos R$ 5,8 bilhões, aumentando 5,8%.
Os custos e despesas operacionais das operações continuadas totalizaram mais de R$ 4,4 bilhões no trimestre, recuo de 6,7%. O total da dívida consolidada somava R$ 14,9 bilhões, mostrando alta de 20,1%. Assim o endividamento bruto consta em 61,8% do patrimônio líquido consolidado, de R$ 24,1 bilhões. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, encerrou 2023 em 1,9x, impulsionada por uma oferta pública primária bem-sucedida.
O ciclo de investimentos em 2024 vai subir de R$ 2,2 bilhões para R$ 4 bilhões, incluindo o pagamento da outorga da renovação das hidrelétricas Foz do Areia, Salto Segredo e Salto Caxias, somando 4,2 GW de capacidade instalada. Outros R$ 2,1 bilhões serão destinados à expansão do negócio de distribuição e revisão tarifária, enquanto R$ 400 milhões serão alocados a projetos de atualização, modernização e melhorias em geração e transmissão.
Expectativa para leilão de capacidade
A empresa afirma que adotará uma abordagem conservadora, visando saltos significativos a partir de 2025 e 2026, com a recuperação do preço de energia. Vale ressaltar que o leilão de março não está alinhado à agenda estratégica da companhia, conforme enfatizado pelo diretor-presidente, Daniel Slaviero, que vê possibilidades no leilão de capacidade. “Temos boas expectativas de um produto exclusivo para hídrica no leilão, com oportunidades de energia nova e potência na UHE Foz de Areia”, pontuou o executivo durante teleconferência ao mercado nessa sexta-feira, 1º de março.
Copel descarta leilão de transmissão e mira possibilidades para a UHE Foz de Areia no certame de capacidade (Agência Paraná)
Slaviero celebrou os resultados, ressaltando o aumento de 43% no valor das ações ordinárias, o que elevou a companhia a um valor de mercado de R$ 29,8 bilhões, representando o maior follow-on e a segunda maior oferta do setor de utilities no ocidente em 2023. Agora para o horizonte os planos também incluem a venda da termelétrica a gás natural (UEGA), desinvestimento da Compagas e a entrega da concessão da usina de Figueira, movida a carvão. “A prioridade não é prazo, mas a maximização do valor”, comenta, referindo-se à alienação da companhia de gás.
Questionado sobre um possível interesse nos ativos da AES Brasil, o diretor-presidente afirmou que não há qualquer movimento da companhia nessa direção pelo atual momento do plano estratégico. A ideia é que o apetite por empreendimentos desse tipo, como usinas hídricas, eólicas e solares, façam mais sentido para a empresa a partir de 2025.
Mercado fio cresce 4% no ano
Ainda sobre os resultados do ano passado, o mercado fio teve um aumento de 10% no consumo de energia elétrica no último trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e 4% no acumulado do ano, em razão principal do calor. O faturado, que considera a energia compensada de Mini e Micro Geração Distribuída, subiu 8% no trimestre e 1,9% no ano, considerando o Custo de Disponibilidade.
O ambiente cativo registrou evolução de 12,1% na demanda por energia nos três últimos meses do ano e 4,1% no acumulado dos 12 meses. Para o DEC, o resultado apurado foi de 7,86 horas. Já o FEC contabiliza 5,21 interrupções. No mercado livre, a companhia registrou 1.747 clientes/contratos no ano, crescimento de 3,8%. A quantidade de energia comercializada alcançou 22.450 GWh, diminuindo 9,5% na comparação anual.
Sobre a discussão do sinal locacional, que consta no Projeto de Lei 365/2023, a visão de Daniel Slaviero é que a medida vai aumentar a tarifa para os consumidores nordestinos, num sinal de preço “ruim” discutido há mais de cinco anos e que incidiria impactos diretos no bônus de outorga da Copel. “O que temos feito de tratativas é mostrar que o projeto é um contrassenso e enfraquece a Aneel. Mas nossa expectativa é que o consenso vai prevalecer no senado”, aponta, lembrando que novas circunstâncias estão acontecendo nesse ambiente, como possibilidade de duas Medidas Provisórias ventiladas pelo Ministério de Minas e Energia.