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A expectativa da Eletronuclear é que até o fim do primeiro semestre desse ano o BNDES já tenha entregue o estudo com a nova tarifa da usina nuclear de Angra 3, com a consequente análise pela Empresa de Pesquisa Energética e apresentação ao Conselho Nacional de Pesquisa Energética. De acordo com o presidente da estatal, Raul Lycurgo, por conta da complexidade do empreendimento, a demora na entrega do estudo é relativizada. “Mesmo o BNDES, com toda sua capacidade, tem dificuldade para esse cronograma. É natural. A Eletronuclear auxilia para que saia o mais rápido possível”, afirma Lycurgo, que participou na última quinta-feira, 29 de fevereiro, do lançamento de estudo dos Impactos Socioeconômicos das Atividades Nucleares no Brasil, no Rio de Janeiro(RJ).

O executivo elogia a retomada do Plano de Aceleração da Linha Crítica, em julho do ano passado. Segundo Lycurgo, essa retomada é um movimento que vai além das obras civis, uma vez que o projeto vai permitir a compra de itens que serão usados mais à frente. “Tem equipamentos sendo armazenados exatamente para que possam ser depois instalados dentro da usina”, explica. Na fonte nuclear, não há equipamentos de prateleiras, tudo é feito sob encomenda, o que demandaria tempo.

Recentemente, o consórcio que venceu a licitação para reiniciar a construção de Angra 3 e realizar os serviços no âmbito do Plano de Aceleração da Linha Crítica foi multado por baixo desempenho. Apesar do canteiro parado, o empreendimento segue com o PALC.

Há uma disputa em curso com a prefeitura de Angra dos Reis sobre o pagamento de compensações ambientais. A Eletronuclear tenta reverter a situação na justiça. Lycurgo acredita que o diálogo deverá ter uma solução no tempo certo. Além de Angra, as cidades de Paraty e Rio Claro também miram compensações pela usina.

Lycurgo vê a Eletronuclear como uma ‘centelha’ para algo maior no contexto da transição energética. Para ele, há uma janela de oportunidades se abrindo para a fonte. O presidente da geradora lembra que na COP 28 a energia nuclear foi discutida e lembrada como opção para o cumprimento das metas climáticas. Ao lado dos EUA e Rússia, o Brasil domina todo o ciclo da produção do urânio, elemento combustível das usinas e o país poderia de alguma forma atuar no suprimento dessa nova demanda global.

A prioridade da estatal hoje é a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Angra, que irá receber o combustível que está nas piscinas de Angra 1 e 2. Esse combustível ainda possui potencial energético, o que faz com que ainda possa ser reciclado. Segundo informações do site da Eletronuclear, o UAS ficará localizado entre as usinas Angra 2 e 3, nas proximidades do Observatório Nuclear.

Outra prioridade colocada é o Programa de Extensão de Vida Útil, o Long Term Operation (LTO) de Angra 1. No ano retrasado, a usina bateu seu recorde de produção de energia. Em operação há 40 anos, a Eletronuclear quer ampliar a sua vida útil por mais 20 anos. Lycurgo explica que o movimento já é feito nos EUA, onde usinas como a brasileira – que é fabricada pela Westinghouse – já ampliaram por 80 anos. Segundo ele, apesar de não ser uma usina nova, o investimento necessário é grande, uma vez que a usina irá operar por mais tempo.