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Com 53 projetos estruturados e R$ 20,4 bilhões em financiamentos aprovados, crescendo 69% na comparação com 2022, a área de energia foi o principal destaque na carteira de infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ao longo do primeiro ano da nova gestão. Em coletiva de imprensa realizada na sede do banco nessa segunda-feira, 4 de março, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, Luciana Costa, pontuou que os recursos foram direcionados para iniciativas envolvendo renováveis, transmissão, distribuição, naval e biometano.

“Energia foi a grande área na parte de infraestrutura, além dos ônibus elétricos, que entram em mobilidade”, destaca a executiva, lembrando que em 2022 existiam operações represadas e pouco interesse do governo nesses segmentos. “O BNDES estava sendo desmontado”, acrescenta. No total, o setor de infraestrutura contou com R$ 79 bilhões em aprovações e R$ 48 bilhões em desembolsos, ante R$ 64 bilhões e R$ 42 bilhões no ano anterior.

A taxa de retorno dos projetos consta em 6,15% para desenvolvimento urbano resiliente e sustentável, indústria verde, mobilidade elétrica, geração de energia a biomassa, eficiência energética, smart grids e armazenamento. Já a geração eólica e solar tem taxas a 8%. Por sua vez, o novo Fundo Clima prevê créditos de R$ 10 bilhões em 2024. Outro dado revelado na coletiva foi o direcionamento de R$ 64,3 bilhões em debêntures de infraestrutura, complementando o mercado de capitais.

Prefeitura de São Paulo fechou financiamento de R$ 2,5 bilhões para 1.300 ônibus elétricos (Elera)

Resultado geral

Já o resultado geral mostra R$ 174,3 bilhões aprovados no ano, sendo R$ 114,4 bilhões em desembolsos, avanço de 17% e representando a maior carteira de crédito do banco dos últimos cinco anos. Foram R$ 218,5 bilhões em aprovações de crédito, 44% a mais na comparação anual. Outro destaque é o crescimento de 53% no crédito viabilizado para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), alcançando R$ 107 bilhões. Por sua vez o lucro líquido recorrente aumentou 55% no quarto trimestre, em relação ao quarto trimestre de 2022, chegando a R$ 11,9 bilhões no acumulado do ano.

Cerca de 82% do montante de recursos aprovados será operado a taxas de mercado, com remuneração Selic, TLP ou a taxa fixa equivalente à que mercado paga pelo tesouro. Ademais, em um ano o caixa livre mais do que dobrou, perfazendo mais de R$ 32 bilhões. Já os cenários de projeção para os desembolsos nesse ano ficam entre R$ 125 bilhões e R$ 160 bilhões.

“O que temos feito são fundos de gestores privados, entrando com 25% do capital para atingir alguns nichos, como por exemplo na infraestrutura, em que não podemos estruturar pequenos e médios projetos”, comentou o presidente do banco, Aloizio Mercadante. Enquanto isso, as negociações para captações junto ao mercado internacional estão na faixa de R$ 4 bilhões para 2024.

Quanto a valorização das ações que o banco detém, a composição é de 51% na Petrobras, 15% na Eletrobras e 9% da Copel.

Mobilidade elétrica

O comandante da instituição também frisou a descarbonização dos setores da economia como uma vantagem competitiva importante para atração de novos investimentos, visando agregar valor à cadeia produtiva. Ele defendeu a concepção dos carros híbridos no país utilizando a combinação de etanol com eletricidade, o que reduziria as emissões de poluentes de forma mais significativa que os veículos 100% elétricos.

“O híbrido também é mais eficiente pela infraestrutura de postos que já temos no Brasil”, aponta. Nos resultados envolvendo a mobilidade elétrica, foram R$ 2,5 bilhões aprovados em 2023 para 1.300 ônibus totalmente elétricos, para prefeitura de São Paulo. E agora a informação é de que mais de 80 cidades pelo país também querem esses modelos rodando nas ruas.